Eu sou louco!

Irreverência, humor, criatividade, non-sense, ousadia, experimentalismo. Mas tudo pode aparecer aqui. E as coisas sérias também. O futuro dirá se valeu a pena...ou melhor seria ter estado quietinho, preso por uma camisa de forças! (este blog está registado sob o nº 7675/2005 na IGAC - Inspecção Geral das Actividades Culturais)

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sábado, setembro 03, 2005

Diplomacia no Rivungo

Nota prévia:
Este texto baseia-se em mais um episódio ocorrido durante a minha permanência de dois meses (Outubro e Novembro de 1974) como comandante interino do Destacamento de Marinha do Cuando, localizado no Rivungo, Cuando-Cubango, Angola.É o quarto desta série. Antes, coloquei em exibição:
“Sobrevoando a savana” em 01 de Junho de 2005
“O cortador de carnes verdes” em 18 de Junho de 2005
“Cena de caça no Bambangando” em 17 de Julho de 2005


Parte I

Estava uma manhã esplendorosa, com um sol quente e brilhante quando, por volta das dez horas, um dos meus homens me vem chamar ao pequeno aquartelamento:
- Sr. Tenente! Sr. Tenente! A Rosa vai ter um filho. Já lá está a Maria Cangonga e outras mulheres.
- Sim? – interroguei-o num tom preguiçoso.
- Então vou lá! Diz ao sargento Gomes que, se for precisa alguma coisa, estou na cabana da Rosa – concluí.
Levantei-me da cadeira onde saboreava aqueles apetitosos raios solares e dirigi-me para uma das cubatas do quimbo mais próximas de nós. Era onde vivia a Rosa.

Mas quem era a Rosa?
Como já disse em textos anteriores, eu tinha ido para o Rivungo para lá ficar somente durante um mês, período de férias do comandante efectivo, tenente Taborda. Mais tarde, recebi a ordem para proceder ao desmantelamento da unidade e regressar a Luanda, pelo que acabei por ficar mais quatro semanas.
O Taborda estivera lá cerca de quatro meses.
Antes dele, o comandante durante dois anos fora o tenente Vieira.
Quando, ainda antes de encetar a viagem para aquelas terras esquecidas, o Vieira soube que eu iria para lá, veio falar comigo e disse-me:
- Ó Castilho! Eu, no Rivungo, vivia com uma rapariga chamada Rosa numa cabana que mandei construir. Quando me vim embora ela estava grávida. O que eu te peço, como já fiz ao Taborda, é que quando nascer o meu filho ou filha o registes como meu e com o apelido Vieira.
- E a Rosa é negra, calculo! – perguntei desnecessariamente.
- É, mas é uma rapariga porreira, muito meiga, a quem eu também andava a ensinar a ler.
- Certo, Vieira! Não me esqueço – prometi.
- Ah…e que nome queres para eles? – interroguei-o.
- O dos pais. Luís se for rapaz, Rosa se for rapariga – disse o meu camarada após pensar uns momentos.
A Rosa devia ter mel, pois o Taborda também foi viver com ela quando para lá foi, como pude verificar quando cheguei ao local.
Era uma negra de tom claro, bonita, mas um pouco estragada devido ao avançado estado de gravidez.

Voltemos àquele dia de princípio de Novembro.
Cheguei junto da cubata e perguntei se tudo corria bem. Disseram-me que sim.
Uma curiosidade que gostaria de satisfazer era se, como me tinham dito, os negros recém nascidos ainda não tinham essa cor de pele. Teriam uma tez branca mas bastante mais avermelhada que os europeus.
Esperei cá fora, sentado no chão, quando apareceu de novo o grumete:
- Sr. Tenente! Estão ali dois tipos pretos, com uma farda e com pistola, que pretendem entregar uma carta ao comandante do barco.
Fui ver os homens, intrigado.
Apresentei-me e um deles, num português com sotaque africano, pediu-me para ler a missiva que ao mesmo tempo me entregou.
O envelope tinha um carimbo circular que dizia:
MPLA – A vitória é certa.
- Vocês são do MPLA? – indaguei.
- Somos. Mas do grupo da Revolta do Leste. O nosso chefe é o Daniel Chipenda. O Agostinho Neto tem tomado muitas posições de ditador e nós queremos democracia.
Já tinha ouvido falar dessa cisão no MPLA – Movimento Popular para a Libertação de Angola.
Daniel Chipenda fora um dos homens mais influentes do grupo mas tinha fomentado uma separação relativamente ao grupo original e principal liderado, desde a fundação, pelo Dr. Agostinho Neto.
Lembro-me dele sobretudo como jogador de futebol da Associação Académica de Coimbra. Nessa cidade estudara, mas interrompera o curso para ir combater com a guerrilha angolana.
Abri então o envelope e li o papel manuscrito que estava dentro dele.
Era um convite para irmos, no dia seguinte, com o navio (a Lancha de Desembarque Pequena de que já falei noutros textos) buscar um conjunto de guerrilheiros para os trazer para o Rivungo onde pretendiam fazer trabalhos de politização das massas.
Pedi um ou outro esclarecimento e resolvi chamar o Neto para mandar uma mensagem ao Comando Militar do Luso (agora Luena) do qual dependíamos operacionalmente e outra ao Comando Naval de Angola a quem estávamos ligados logisticamente.
Assim foi feito. Nelas pedi-a que me dissessem qual a decisão: Ir ou não ir!
Enquanto aguardava resposta, pensei que talvez ela não viesse em tempo oportuno e resolvi marcar uma reunião para depois de almoço com as forças vivas da terra: Estariam presentes, além de mim, o alferes Monteiro, comandante do destacamento do Exército, o chefe da PSP, o chefe da PIDE e também deveria estar o administrador de posto, Sr. Lebre, mas tinha voado para Serpa Pinto (agora Menongue) na semana anterior e voltaria nesse dia, mas mais ao fim da tarde.
O objectivo era preparar uma decisão para o caso de não termos retorno do pedido feito às hierarquias.
Fui pessoalmente falar com cada um e expliquei-lhes a situação.
Também achei por bem dar conta das minhas actividades aos “terroristas” para lhes incutir confiança.
Inicialmente pareciam-me um pouco receosos. Mas depois de falar com eles fizeram um daqueles sorrisos muito brancos como quem diz:
- Está a correr bem! Não vamos ter problemas.
De repente lembrei-me:
- A Rosa!
Corri para a cubata e lá estava a moça com uma menina nos braços. Tinha corrido tudo bem.
De facto não era negra, tinha uma coloração avermelhada.
Fui falar novamente com o Neto:
- Há resposta?
- Nenhuma, Sr. Tenente! – retorquiu o radiotelegrafista.
- Então repete as mensagens. E enquanto não vier nada, manda duas mensagens de hora em hora; uma para cada lado – ordenei.
Eram duas e meia da tarde quando começou a reunião.
Fui o primeiro a falar:
Rememorei o que se tinha passado até aí. Sugeri que, se não houvesse ordens específicas das hierarquias até às seis da tarde, tomássemos nós a decisão. E avancei com a minha proposta:
Atendendo ao que se estava a passar em todo o território angolano (e convém recordar que recebíamos o Expresso todas as semanas) uma recusa seria considerada uma atitude hostil pelos outros. Pelo contrário, e como a tendência era a de deixar as colónias com brevidade, parecia-me correcto que os homens viessem fazer os seus contactos com a população.
Os outros concordaram, excepto o tipo da PIDE, o Roque, que parecia ainda não ter percebido que as coisas estavam a mudar rapidamente e apresentou os mesmos argumentos salazaristas de “Angola é nossa” e outros que tais.
Curiosamente, fui sentindo ao longo da reunião aquilo que já tinha lido e estudado numa cadeira de Sociologia: que “a multidão segrega o líder” e, ali, era eu que emergia como o líder. Todos concordavam com praticamente tudo o que eu dizia (excepto o Roque, claro).
A certa altura chamamos os dois homens do Chipenda para combinarmos os detalhes para o dia seguinte. Tudo ainda pendente da resposta do Luso ou de Luanda.
Por volta das cinco chegou o Lebre. Alinhou também com as minhas posições.
Mandei chamar três dos meus subordinados: o sargento Gomes, o cabo Zé Castro e o João Correia para os pôr ao corrente da situação, pois era o destacamento da Marinha quem teria a parte mais importante na acção.
No entanto, o alferes Monteiro fez questão de também seguir a bordo no dia seguinte. Não me opus.
Eram seis da tarde.
- Ó Correia! Fazes-me o favor de ir perguntar ao Neto se veio alguma resposta? – pedi ao artilheiro.
Passados poucos minutos regressa o João:
- Não disseram nada, Sr. Tenente! Não nos ligam nenhum! Eles nem sabem que este buraco existe – resmungou o marinheiro.
- Pronto, meus senhores! Avançamos com a nossa decisão. Concordam? – perguntei em tom de fim de conversa.
Todos responderam afirmativamente excepto o pide. Disse que estávamos a cometer um grande erro e retirou-se.
Avisamos os da guerrilha que, depois, se foram embora.
Na manhã seguinte iríamos na nossa LDP pelo Cuando até um determinado ponto onde os antigos inimigos estariam à nossa espera.

Parte II

Partimos às oito. Só o Neto, o sargento, o Lima e outro grumete ficaram em terra. Cobrimos a metralhadora Oerlikon, a única arma pesada que havia a bordo, com um pano branco e o João ficou de se meter debaixo dele quando estivéssemos perto do local onde a lancha abicaria. Todos tínhamos armas, mas escondidas. Atamos um pano branco a uma vassoura para acenarmos, dando assim sinal de que a nossa presença era pacífica.
Ao fim de cerca de uma hora e meia de navegação, estávamos bem perto do local combinado.
De repente avistamos dois homens. Começamos a agitar o pano da vassoura.
O João escondeu-se com a arma preparada para fazer tiro de rajada.
Dei ordem ao cabo Zé para abicar.
Paramos.
Já havia cinco ou seis tipos à vista.
Mandei baixar a prancha da frente da lancha. Atravessei-a e fui para terra. Seguiram-me dois homens. Aquilo já era território zambiano.
De repente já não eram cinco nem dez, nem quinze.
Estariam ali uns vinte inimigos (ex-inimigos, felizmente). Mais tarde disseram-me que escondidos estariam mais uns trinta polícias da Zâmbia para ripostar em força, caso tivéssemos uma atitude hostil. Mas nós tínhamos a noção do risco que corríamos. Portamo-nos bem.
Cumprimentos, abraços, sorrisos, e foram embarcados dez homens. Eles queriam que fossem vinte, mas entendi que seria gente a mais. Comprometi-me a vir buscar mais dez passados cinco dias. Era preciso saber como as coisas iriam correr no Rivungo.
O chefe do grupo era um rapaz novo, uns vinte anos, com um olhar vivíssimo, com aquele brilho que só as pessoas muito inteligentes tem. E era dinâmico, também. E sensato. O nome de guerra era comandante “Cow-boy”. Falava bastante bem português. Uns meses mais tarde, já em Luanda, li num diário que fora morto aquando de um ataque da UNITA ao posto do MPLA de Serpa Pinto, no qual se encontrava. Tive pena do rapaz!
Mas havia um problema a resolver:
Os “turras” estavam todos armados com uma Kalachnikov, a metralhadora soviética exportada para todo o mundo. Um deles tinha um lança-foguetes. Só o chefe tinha uma pistola. Vestiam uma farda verde-azeitona escura (não sei se existe esta cor mas acho que dá para imaginar). Nós estávamos com camuflados e G3´s. Eu tinha também uma pistola Walter. Ainda tenho uma foto com uma Kalach e ao meu lado o comandante do grupo com a minha G3.
Chamei de lado o “Cow-boy” e disse-lhe:
- Caro amigo! Há uma situação que é de alto risco. Se vocês forem armados para o Rivungo, estando-o nós também, a possibilidade de haver tiroteios é enorme.
Ele escutava-me com toda a atenção. Os olhos bem abertos. Estava a perceber tudo, por isso continuei:
- Proponho-lhe uma coisa. Quando chegarmos à aldeia, vocês entregam-nos as armas que ficarão guardadas no paiol da Administração de Posto. E porquê vocês e não nós? Porque ainda é Portugal que detém a soberania sobre Angola. No dia da independência ou antes, se nós nos retirarmos de cá, o que é o mais provável, as armas ser-vos-ão devolvidas e a segurança será da vossa responsabilidade. Até lá, será nossa.
O jovem negro fez uma longa pausa.
Claramente não estava à espera daquela proposta.
Mas eu não tinha dúvidas, como aliás se provaria mais tarde, que tinha razão.
E, felizmente, o rapaz teve o bom senso de perceber bem a gravidade do problema e respondeu:
- Sim! Estou de acordo.
Eu respirei fundo e ele, quasi imediatamente, começou a falar com os seus homens sobre a nossa decisão.
A viagem demorou outra hora e meia (como seria de esperar, já que o rio pouca corrente tem). Foi animada com conversas, fotografias, risadas, vivas a Angola e a Portugal.
Um “turra”, no entanto, desde o início da viagem que vinha a ler um livro fininho, muito concentrado e sem entrar na animação geral. Aproximei-me dele e perguntei-lhe o que estava a ler. Sorridente nos seus dentes brancos mas desalinhados, mostrou-me uma gramática de português e, comentou numa linguagem dificilmente entendível:
- Para falar com o povo preciso de saber bem português.
Fiquei tocado. Dei-lhe uma palmada nas costas e disse:
- Fazes muito bem! Continua!
Quando chegamos ao Rivungo, uma multidão estava à nossa espera. Nem sei donde saiu tanta gente nem como a notícia se propagou tão velozmente. O administrador Lebre entrou para a lancha e deu as boas vindas como entidade civil mais destacada (a malta pensou em tudo).
Logo lhe disse que fosse abrir as portas do paiol para guardar o armamento “terrorista”.
Pedi ao “Cow-boy” para seguirem o Sr. Lebre e depois ele arrumaria as armas e ficaria com as chaves.
Como disse, esta decisão foi de grande importância. Alguns dias mais tarde, e sobretudo depois de ter vindo o segundo grupo, alguns menos garbosos guerrilheiros começaram a beber uns copitos a mais e, sobretudo à noite, lançavam frases provocatórias para os meus homens que estavam de sentinela. Sim! As medidas de segurança começaram a ser levadas mais a sério.
- Sr. Tenente! Estes filhos da puta estão a provocar-me e a insultar Portugal! Eu ainda lhes mando uma rajada que os fodo a todos!
- Calma, Nunes! Lembra-te que eles estão desarmados e tu estás armado. Tens de ter auto-controle – disse, procurando sossegar o moço.
- Tem razão, Sr. Tenente, mas às vezes quasi que me passo.
Felizmente os conflitos não passaram deste e de alguns casos similares. O meu argumento era sempre o mesmo.
Voltando ao dia da chegada com os dez guerrilheiros a bordo, o “Cow-boy” perguntou-me se podia fazer uma sessão de politização (era a expressão usada) para a população, na manhã seguinte. Pediu-me também para improvisar um palanque.
Aceitei! Pois se eles tinham querido ir para lá para fazer propaganda…
Estive a assistir ao comício que tinha imensos assistentes. As palavras proferidas foram sensatas e propícias a gerar um bom ambiente. Fiquei satisfeito.

Passadas umas duas semanas sobre este acontecimento, e em mais uma luminosa manhã de Novembro, começou a ouvir-se um barulho estranho. A pouco e pouco esse ruído foi-se aproximando até que alguém gritou:
- É um heli!
E poisou no ponto de encontro das duas “avenidas” do Rivungo. De lá saíram uma oficial da Marinha que eu conhecia da Messe dos Oficiais e um do Exército.
- Foi daqui que mandaram uma mensagem a perguntar se podiam ir buscar uns soldados do MPLA? – perguntou o capitão de fragata.
- Sim! Fomos nós! Mas a questão foi resolvida nesse mesmo dia. Não havendo ordens superiores, decidimos nós o que fazer. Estão a ver aquele homem ali? E aquele acolá? E aqueles dois junto daquela casa? São guerrilheiros! – disse num tom firme.
- E tem corrido tudo bem? Quantos homens estão cá? – perguntou o major do Luso.
- Está tudo controlado. Trouxemos vinte – retorqui.
Mais um bocado de conversa, uma voltinha pela terreola, uma ida ao destacamento onde ninguém estava com farda.
- Peço desculpa de ninguém estar fardado, mas as condições climatéricas aqui recomendam que as pessoas andem mais à vontade – procurei justificar-me.
- Não há problema nenhum – disse o visitante da Armada.
Mais umas tretas e lá se foram com a missão cumprida.
- Quinze dias depois! – rimo-nos todos com a eficácia dos superiores.
Deixem-me fazer um aparte para dizer que o oficial de marinha que nos foi visitar nunca chegou a regressar a Portugal. Uma noite, em Luanda, foi assassinado com dois tiros nas costas. O corpo só foi encontrado na manhã seguinte. Questões de saias com mulatas, foi o que constou. Era casado e tinha uma filha que eu conheci pois toda a família estivera bastante tempo em Luanda.

E com esta conversa toda esqueci-me da Rosa. Ou melhor, não esqueci, pois uns dias depois da chegada dos “turras” fui falar com o Lebre para se registar a bebé como filha do tenente Vieira.
- Ó Sr. Tenente! É melhor esperar mais algum tempo para vermos se a rapariga é mulata. Pode não ser filha dele.
Eu ainda tentei rebater o administrador, mas ele estava tão renitente que cedi.
E acabou por nunca mais ser feito o registo. Não sei se isso ajudou ou prejudicou a Rosa e a filha nos meses e anos que se seguiram. Ou se foi indiferente. Mas ainda hoje tenho a desagradável sensação de não ter cumprido uma promessa.


E, finalmente, em finais de Novembro, chegou um camião para nos levar de regresso a Luanda.
Fizemos uma pequena cerimónia de arriar a bandeira, já bastante rota e debotada, despedimo-nos da malta do exército, do Lebre, dos agentes da PSP, do outro pide, que o era para ter emprego e não por convicção, da miudagem, enfim…um pouco comovente.
Uma velhinha que me lavava a roupa todas as semanas chegou-se a mim a chorar e disse:
- Sr. Tenente! E agora o que vai ser de nós sem a tropa portuguesa?

30 Comments:

Blogger Leonor said...

uiiiiiiiiiiiiiiiiii antonio!
desta vez abusaste nos abecedarios, rssssssss
olha... ja li a primeira parte. e agora so mais logo é que leio a segunda.
abraço da leonor

8:47 da tarde  
Blogger Leonor said...

seja como for. tempos dificeis esses da ocupaçao portuguesa nos territorios angolano e moçambicano.
penso que nao sera dificil concordar-se contigo quando lider de uma reuniao. quando os argumentos se mostram organizados com cabeça tronco e membros só que aceitá-los. o contrario é perder tempo. e tempo é dinheiro. outras vezes, vida.
abraço da leonor

9:15 da tarde  
Blogger wind said...

Extraordinário post! Mais uma das tuas histórias reais que prendem na maneira como a descreves. És rigoroso em todos os pormenores:) beijos

9:19 da tarde  
Blogger Ana Santos said...

António nunca pensaste em ir ao "Ponto de Encontro", para encontrar a Rosa?
Beijos,
Ana

10:53 da tarde  
Blogger Ana Santos said...

Olá novamente,
Como já deves saber a leitura dos teus post prende-nos até ao fim.
Estive a ler em voz alta par ao meu filhote ele não sei o que vi, mas achou graça e ria-se (tem 15 meses o pequenito)
beijos
Ana
PS tenho uma colega que viveu a guerra de Angola, já me contou como foi a fuga para Portugal com os filhos pequenitos na altura, guerras é sempre terrível.

12:56 da manhã  
Blogger Caiê said...

Isso da Guerra do Ultramar é muito complexo... Como todos, também tenho família que lá esteve (6 anos o meu tio, por exemplo). No entanto, não deixo de ver o outro lado.
Claro que nas guerras acaba cada um por Tentar Sobreviver e pronto, o mais é treta! Mas acho que os portugueses fizeram, entre outras coisas, muito filhote que deixaram sem pai... e nem sempre com o consentimento das respectivas mães. Isso é, quanto a mim e só por si, chocante.
Quanto à tua história, tens sempre o dom de nos prender da primeira à última linha...
beijinhos

3:00 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Olá António!
Parabéns,adorei a história,li sem intervalo!hem!!)...não paras de me surpreender!!
África é uma terra especial para mim,este período foi um período marcante na minha forma de ver e estar na vida...fascina-me a tua forma de ver os outros...e escreve-lo com cores que me dizem muito,fabuloso!..ah!fico por aqui...a política é um mundo que me fascina mas não vou falar disso aqui...perco-me,então em relação a África,ao MPLA! ...difícil era parar.
Agora deixa-me meter contigo,sr comandante da unidade !!!é que te estou mesmo a ver sem farda e de arma escondida...bem,e inteligente e eficaz...que Tenente!!!uau!!!risos e assobios...(fãs!!!ah!ah!)
Pronto,enigmática,não ..mas fã,claro...política de qualidade!:::(ai que safada!!!eh!eh!)
beijinho grande
ana

4:43 da tarde  
Blogger António said...

Para "ana":
Mais uma incursão furtiva!
O que vale é que dizes bem de mim!
Senão já te tinha deportado para o Sudão!
Obrigado pelas tuas palavras.
Quanto às admiradoras (cof,cof), eu bem espero que se crie um clube de fãs. Mas estou a ver que morro antes disso acontecer...eh eh eh
Jinhos

6:44 da tarde  
Blogger Gina A. said...

Olá!

Não conhecia o teu blog mas... agora já conheço! Adorei ler o teu post pois eu nasci em Luanda, em 1972 (sou retornada, eheh...) e lê-lo trouxe-me mtas saudades! Tivemos q vir embora por causa da guerra, sofremos mto com os negros mas não é isso q faz de mim uma pessoa racista nem nunca fará...

Um dia, tenho q lá voltar!

Beijinhos,
Gina

8:41 da tarde  
Blogger heidy said...

PARABÊNS!!!! Quando muitas pessoas ainda tentam esconder que existiu guerra do ultramar, por vergonha ou outro sentimento qualquer, tu vens e fazes esta acção! eu já te admirava, mas agora.... nem zézitos se achegam a ti.

Beijokas de uma das tuas anjas (sor tenente!)

1:11 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Antonio acho que estás com remorsos de não teres batizado a filha da Rosa como o Vieira te pediu, isso não se faz, um homem na tua posição não ser cumpridor de uma promessa-ai,ai.
mais um texto e está quasi um livro.
parabéns
http://amcosta.blogs.sapo.pt

11:20 da manhã  
Blogger António said...

Para "Ana Maria Costa":

Obrigadinho pelo comentário.
Livro é que não me parece.
Só se me pagarem...o que duvido!

Beijinhos

10:38 da tarde  
Blogger guga2004 said...

Gostei muito desta história, porque sei que o meu pai que esteve na Guiné tem também muitas memórias destas. Continua assim...
bjs Sandra

9:45 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

É a primeira vez que escrevo neste tão já afamado blog.

Gostava de lhe dizer que realmente você escreve maravilhosamente. Cada história é contada com um realismo tal que parece que consigo visualizar cada passo.

Eu não tenho nenhum blog, porque não tenho jeito, mas gosto de dar uma olhadela por aqui.

Beijos
Cláudia

1:50 da tarde  
Blogger INFORMANIACA said...

Regressei António...
Beijo

LC

2:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro António Dias,
Este meu comentário, se assim lhe quisermos chamar, tem como único propósito levantar algumas questões cronológicas. A independência de Angola foi em Novembro de 1975, nessa altura as tropas portuguesas já se encontravam restritas praticamente a Luanda, cidade, pois nessa altura a famosa ponte aérea já tinha acabado. Já Angola tinha sido repartida entre os movimentos de Libertação ( já há quase um ano que os “Turras” tinham deixado de o ser).
Inclusive, nesta altura, já a facção Chipenda se tinha extinguido, tendo o Chipenda feito um acordo primeiro com a FNLA (que não resultou) e depois com a facção presidencialista do MPLA
A PIDE nessa época era, felizmente, uma má recordação, tal como aconteceu no “Puto” foi um dos primeiros resquícios da ditadura a desaparecer, bem como toda e qualquer presença da antiga administração colonial estava extinta.
Por isso penso que este texto teria que ser recolocado no tempo.
São só uns pequenos detalhes históricos.
Quanto à Rosa pobre dela e de muitas outras por toda essa Angola fora, que ficaram esquecidas e sempre com a esperança no coração de que as promessas que lhes foram feitas fossem cumpridas.
Estes pequenos deslizes, felizmente, não afectam em nada a qualidade da narrativa.
Nota : sou "Camundongo", Luandense ou "Luandino" como se queira dizer

8:03 da tarde  
Blogger António said...

Para Cláudia:
As tuas palavras deixaram-me babado.
E então essa do "já afamado blog" até me fez cair da cadeira.
Muito obrigado pela tua visita e pelas tuas motivadoras palavras escritas.
Jinhos

10:10 da tarde  
Blogger António said...

Para a Bárbara e a Pachita:

Calma, minhas queridas amigas!
Vocês pensam que já estou reformado ou na pré-reforma?
Bem gostaria...mas não!

E depois, é preciso fazer render um texto deste tamanho.

Não gostam de filmes de suspense? Façam de conta que aqui há um...ah ah ah

São umas queridas!

Beijinhos, muitos

10:26 da tarde  
Blogger António said...

Para Alexandre Almeida:

Tudo o que dizes no teu comentário está correcto. Eu estava lá e acompanhei as coisas bastante bem.
Voei de Luanda para Lisboa em 01 OUT 75.

Felizmente chamaste-me a atenção para um lapso do meu texto.
Logo na Nota Prévia, onde estava escrito 1975 deveria estar 1974.
Emendei de imediato.
O autor é sempre o pior revisor de um texto.
Obrigado!
Aparece sempre.

Abraço

10:31 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Puxa.......escreves que te "desunhas"....rs
Cheguei ao fim quase sem folgo....(rs) mas não fiques triste valeu a pena. Essas e outras histórias são arquivadas na memória precisamente para transmitir a outros. Apesar de , demasiado comprida, valeu a pena. Feliz dia...........bjs da DoceRebelde

8:19 da manhã  
Blogger António said...

Para Doce Rebelde:
Obrigado pela tua visita e pelo que deixaste escrito.
Agora vai descansar...eh eh
Jinhos

8:47 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Não digo mentira quando digo que este blog já corre por vários computadores desse país.

Parabéns. Escreves lindamente.

Aliás és uma pessoa muito interessante. Quem sabe um dia nos cruzemos por aí.

Beijos doces
Cláudia

10:00 da manhã  
Blogger António said...

Para Cláudia:

Obrigado pelas tuas palavras.
Não me queres dar mais pormenores?
Podes fazê-lo para o meu endereço de e-mail:
a.castilho.dias@clix.pt
Jinhos

11:27 da manhã  
Blogger margusta said...

Olá António.
Mais uma vez adorei ler-te.
Sinto um fascinio por África apesar de nunca lá ter estado.
Fiquei impressionada com a tua capacidade de liderança e de bom senso.
A Rosa provavelmente voltou a aconchegar-se com alguem...pena que não tenhas feito o registo..mas tambem não lhe traria grandes beneficios ...penso...

Tenho um irmão com 57 anos que tambem esteve em Angola, eu adorava ver as fotos que ele nos mostrava quando chegou..nunca esteve em zonas de combate e conta boas recordações.

Beijinhos amigo.

4:06 da tarde  
Blogger maresia said...

É, mas é uma rapariga porreira, muito meiga, a quem eu também andava a ensinar a ler.

Foi por aqui que eu me fiquei, não li mais.

Conheces o "B de burro, bronco brutossauro" do Paulo Flores?

3:49 da tarde  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

Olá,querido António

É verdade estou de volta!!!

Das tuas histórias , que hei-de dizer?

1º Tinha imensas saudades delas
2º És sempre aquela maquina!
3º É saudavel sorrir no embalar das tuas palavras.

Um grande beijo

9:44 da tarde  
Blogger Leonor said...

fico a espera da tua ficção. mas despacha-tte que eu tenho pressa de ler.

abraço da leonor

9:52 da tarde  
Blogger Unknown said...

rio kuanza acima, entre as veredas onde os perigos espreitam.
de um lado os "turras" do outro os "tugas".
belissimo texto.

11:27 da tarde  
Blogger António said...

Para GR:
Mais uma vez o meu obrigado pelos comentários.
Abraço

8:37 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Porra!
Estou farta de histórias como esta - o soldado espertalhaço longe da pátria, mulher e filhos, seduz e engravida no país rm que cumpre missão.
Partindo do princípio de que se trata de um episódio real, o pai e todos quantos sabiam da situação da Rosa e filha, deveriam ter agido. Não basta registar a criança com o nome paterno. Segundo a Lei Portuguesa (e Angola era na altura uma colónia portuguesa) é obrigatório prover ao sustento e educação da criança até à sua maioridade. Quem fugir ao preceito é criminoso, como bem sabe ou deveria saber.
Mesmo partindo do pressuposto que o texto é pura ficção, não posso ficar indiferente à índole racista de que o mesmo está imbuído. Essa de ir à cubata da Rosa para ver a cor com que nasceria o bebé; essa, é de cabo de esquadra. Os portugueses passaram séculos em Angola tirando partido das suas imensas riquezas, e o senhor apenas estava ansioso para ver a cor do bebé recém-nascido?...
Sabe que mais?... Sou angolana e estou com vontade de ir à procura da Rosa e filha.
Pode muito bem acontecer que a filha da Rosa queira bater à porta da casa do pai. Tem o direito de o fazer.

Lumena Martins

10:27 da tarde  

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