Eu sou louco!

Irreverência, humor, criatividade, non-sense, ousadia, experimentalismo. Mas tudo pode aparecer aqui. E as coisas sérias também. O futuro dirá se valeu a pena...ou melhor seria ter estado quietinho, preso por uma camisa de forças! (este blog está registado sob o nº 7675/2005 na IGAC - Inspecção Geral das Actividades Culturais)

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sexta-feira, setembro 16, 2005

Eu gosto de Lisboa!

Desde tempos imemoriais que as rivalidades existem:
Entre impérios, reinos, países, nações, tribos, regiões, cidades, bairros, grupos, famílias, pessoas. Quer numa perspectiva geográfica, linguística, étnica e racial, económica, religiosa, cultural, desportiva ou histórica. Ou vários destes ingredientes cozinhados num caldeirão.
Ou por razões bem mais comezinhas.
Senão, lembremo-nos do Alexandre Magno e os persas, dos Estados Unidos da América e da União Soviética, de França e do Reino Unido, de Castela e do País Basco, dos tutsis e dos hutus, dos cristãos e dos muçulmanos, de Atenas e Esparta, dos gangs de Chicago, dos Sharks e dos Jets do West Side Story, das famílias de Romeu e Julieta, de Soares e Cavaco, do Alves Barbosa e do Ribeiro da Silva, do Silva e do Sousa, colegas de trabalho.
E os exemplos seriam intermináveis.
Muitas vezes essas rivalidades descambaram para guerras sangrentas, para secessões, genocídios, crimes hediondos, subtis assassinatos.
Mas as rivalidades são, em contrapartida, muitas vezes saudáveis e enriquecedoras.
Permitem que se crie uma dialéctica geradora de mais e melhor. Acontecem em inúmeras e diversas situações, mas só quero salientar as que produzem uma luta (admitamos que seja leal) para ser promovido numa hierarquia, numa competição desportiva, na política. Normalmente, este tipo de rivalidade positiva ocorre em grupos humanos mais pequenos do que aqueles em que se desenvolve a versão mais negativa.

Esta questão levou-me a escrever sobre Lisboa e o Porto, as duas principais cidades (melhor seria, nos tempos actuais, chamar-lhes áreas metropolitanas) portuguesas.
Para quem não saiba, desde já digo que sou portuense de gema.
Uma velha rivalidade existe entre elas, todos o sabem. Mas nunca provocou conflitos significativos, salvo uns confrontos menores entre claques desportivas, alguns insultos entre os mais exaltados e muita discussão à mesa dos cafés.
Desde novo me habituei a ouvir dizer que Portugal era Lisboa e o resto paisagem, ou os lisboetas chamar província a tudo o que estivesse fora da sua esfera de influência. A chamar mouros e alfacinhas aos habitantes da capital e ouvir apelidar de tripeiros os portuenses. A dizer que no norte (e no Porto em particular) é que se trabalhava e na capital se preguiçava.
Nos tempos da ditadura, havia, de facto, um favorecimento da cidade do Tejo. Esta desenvolveu-se e centralizou as sedes das principais empresas industriais, comerciais e de serviços. Sem falar em tudo o que eram organismos ligados ao Estado, como o LNEC. Criou-se o Metropolitano. Desenvolveu-se o turismo. Criaram-se novas escolas superiores. Teve a primeira auto-estrada do país. E o Porto ficou parado no tempo, salvo a construção da ponte da Arrábida.
Mas, após a revolução, o desenvolvimento tornou-se mais harmónico, não só entre as duas regiões mas por todo o país.
Meu pai, portuense fervoroso e “bairrista” confesso, tinha negócios com firmas de Lisboa para onde viajava várias vezes. E tinha uma tese interessante: dizia que os verdadeiros ulissiponenses, aqueles cuja família lá estava há várias gerações, eram das pessoas de educação mais esmerada, amigas, honestas e integras que conhecia. O mal eram os que tinham chegado recentemente, muitas vezes com uma mão atrás e outra à frente, e tinham conseguido estabilizar a sua vida profissional e subir alguns degraus na escala social. Os novo ricos ou novos remediados, enfim.

Havia um casal de Cascais de quem o meu pai era particularmente amigo. Gente de fina estirpe. E, por várias vezes, ele insistiu para que viessem passar a noite de S. João ao Porto. E isso aconteceu uma vez. Pois gostaram tanto do que viveram nessa festa tão popular que, durante vários anos não deixaram de repetir a experiência.
E um outro casal, que vivia nas avenidas novas, convidou os meus pais para padrinhos da sua segunda filha, em detrimento de muitos familiares. Foi por ocasião desse baptismo que fui pela primeira vez a Lisboa. Estava a começar a construção do Metro e a RTP ainda era bebé. E, como não podia deixar de ser, fui visitar o Jardim Zoológico que me deixou deslumbrado. Ainda não havia ponte. A mais próxima era a de Vila Franca de Xira. Só vários anos depois foi construída aquela que inicialmente se chamou ponte Salazar para depois, numa idiota tentativa de apagar a história, lhe mudarem o nome para 25 de Abril.

Eu próprio vivi um ano no Alfeite, quando cumpri o serviço militar na Armada, e fiquei com a melhor das impressões da cidade e dos seus habitantes. E do seu tipo de vida e do seu clima. E da sua beleza paisagística, arquitectónica e monumental. E da sua luminosidade muito especial. Tudo muito mais mediterrânico do que cá no norte, onde a influência atlântica e da Europa central é marcante.
Nos primeiros anos deste século fui inúmeras vezes lá abaixo, conheci melhor a cidade e as suas gentes, e fiquei ainda mais marcado.
Ficava alojado no hotel Metropolitan, na Soeiro Pereira Gomes, mesmo em frente à sede do Partido Comunista Português e ao lado do novo edifício da Bolsa de Valores de Lisboa, perto do hospital de Santa Maria e da praça de Espanha.
Há uns dois anos que lá não vou e estou com saudades.
Aquela coluna vertebral que começa no Terreiro do Paço e sobe até ao Rossio, passa os Restauradores, percorre a bela avenida da Liberdade até ao Marquês, segue a Fontes Pereira de Melo e no Saldanha inflecte para a avenida da República, passa pelo Campo Pequeno (ainda não vi a praça de toiros remodelada) e termina no Campo Grande, é verdadeiramente fabulosa.
A zona oriental, agora remoçada com esse espaço magnífico que é o Parque das Nações, a notável zona de Belém, o parque de Monsanto, grande pulmão da urbe, a colina do Castelo, o Chiado, o Parque Eduardo VII e tantas outras coisas! Percorrer os doze quilómetros da ponte Vasco da Gama dá-me sempre um especial deleite.
Como é bonita a cidade de Lisboa.
E a vida nocturna bem viva e animada.
E a marginal para Cascais? E Sintra?
Gostaria de voltar a viver lá outra vez. Não digo para sempre porque gosto muito da minha terra; mas durante um ou dois anos…e como a vida dá tanta volta, quem sabe o que poderá acontecer?
Só espero que não haja o famoso terramoto que há muito se anuncia.

Voltando à tese do meu pai de que falei acima, penso que havia muito de verdade no que ele dizia. Os maiores fluxos migratórios internos, com origem em todo o país, dirigiam-se a Lisboa, e essa nova burguesia aparecia como tendo um rei na barriga. Inclusivamente, sempre foi grande a transferência de portuenses para a cidade das sete colinas, e muitos deles passaram a afinar pelo mesmo diapasão do “em Lisboa é que é bom”. Nas classes mais populares, mesmo tendo os seus ancestrais nascido à beira Tejo, também existia (e acho que ainda existe) uma pretensa superioridade em relação ao resto do pais em geral e à Invicta em particular. Porque nunca vieram ao Porto, digo eu.
Mas a cidade que deu o nome ao Port wine também foi sempre um importante pólo migratório das populações do norte e mesmo do centro. Note-se, por exemplo, que aqui há muito poucos insulares ou algarvios e alentejanos. É com uma certa superioridade que os tripeiros falam da sua cidade como a capital do norte ou a capital do trabalho. E, com uma traça muito diferente, a cidade do Douro também é bonita. E como ficou melhor nos últimos quinze ou vinte anos!
Esta mistura de tipos provenientes das mais diversas partes do país (e, mais recentemente, muitos de África, do Brasil e de países do leste) recomendam a não falar de lisboetas-standard ou portuenses-padrão, tão diversificadas são as características dos habitantes de qualquer das cidades (mas sobretudo da capital). É mais correcto falar em grupos de habitantes daqui e de lá.

Parece-me que, cada vez mais, os portuenses gostam de Lisboa e os lisboetas vão aprendendo a gostar do Porto. E neste intercâmbio que a própria sociedade actual facilita, sobretudo através dos extraordinários avanços ao nível das comunicações (em sentido lato), as rivalidades entre Porto e Lisboa vão sendo mais e mais um bom tema para brincarmos uns com os outros.
Nem todos pensam assim, eu sei. Mas já vai passando o tempo das rivalidades tolas e mesquinhas. Penso eu de que…

30 Comments:

Blogger Leonor said...

eu tambem gosto de lisboa. muito. mas porto também é portugal e é bonita toda a sua cultura.

pois eu cá sou alfacinha de gema, rsssssssss

abraço da leonor

10:28 da tarde  
Blogger Estrela do mar said...

...António ainda não ando com disposição para grandes leituras...mas hei-de ler este teu post porque o começo deixa água na boca...

Beijinhos e bfs.

11:21 da tarde  
Blogger Mitsou said...

E pensas tu muito bem! Eu conheço mal o Porto mas gosto desse pouco que conheço, gosto das pessoas e da gastronomia nortenha :) Beijinhos e bom fim de semana!

1:15 da manhã  
Blogger Ana Santos said...

Por cá nos Açores também há rivalidades entre ilhas. São Miguel tem a fama que é que são trabalhadores (são os couriscos mal amanhados)versus Terceira que só querem festas (rabos tortos).
Até há uma anedota em que se diz que os Açores são 8 ilhas e um parque de diversões.
Adevinha qual das ilhas é o parque de diversões?
É a ilha Terceira. Cá também se trabalha e muito nem que seja para as festas, eheheh.
Mas também por cá dizemos Açores é só uma ilha (São Miguel) o resto é paisagem. Isso devido a tudo ir para São Miguel.
São Miguel sempre teve rivalidade com a Terceira por termos a base das Lages. Dizemos por cá que São Miguel levou tudo, só não leva a base das Lages porque esta está bem presa ao chão.
Entre Lisboa e Porto, prefiro o Porto, gosto mais, pois Lisboa embora seja grande é uma cidade mal cuidada, com muito prédio a cair aos bocados o que me fez muita impressão. Um contraste de prédios decadentes com os arranhacéus.
Beijos,
Ana

1:21 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

António,

O texto como sempre belíssimo e hoje bem “pacificador”!
Talvez pela facilidade com que hoje se vai a Lisboa, já não há tanta “rivalidade”, tudo fica mais perto! Nunca gostei dessas rivalidades!
Por motivos pessoais, vou algumas vezes a Lisboa! Gosto da cidade!
Naturalmente, tem como todas as cidades, coisas boas e más, bonitas e feias!
Mas não consigo descrever Lisboa, com toda a beleza que o António a contempla! Talvez não seja os seus olhos, mas o seu dom de escritor!
É que o nosso Porto, é tão belo! Acolhedor! Misterioso!
E o Douro? Haverá maior beleza, com a força, a cor deste rio? (mesmo poluído).
E esta pronúncia do Norte (gozada no sul), tem alguma frieza, mas muita beleza no trato!
Eu gosto tanto do Porto que não consigo comparar com outra cidade!
Mas permita-me que coloque aqui um dos melhores blog’s sobre a cidade do Porto, A Cidade Surpreendente, onde se vê através de fotos e palavras, a magia da cidade!

Um abraço,
GR

1:25 da manhã  
Blogger António said...

Para GR:
Obrigado por mais uma presença no meu canto!
Este tema não é fácil de abordar e, francamente, acho que quiz ir longe demais em certos aspectos de análise sociológica e depois faltou-me a língua para dizer tá-tá!
Mas tá!
Provavelmente estou a ser um bocado lírico, mas acho que a Internet está a abrir novas ligações entre Porto e Lisboa. É sobretudo a isso que me refiro quando escrevo "extraordinários avanços ao nível das comunicações (em sentido lato)". E porquê?
Porque está a fazer com que pessoas das duas cidades se conheçam, nem que seja virtualmente, se tornem mais ou menos amigas, e assim fomentem a compreensão mútua.
Mas, que eu saiba, há pelo menos uma coisa em que o Porto leva a palma a Lisboa.
Nunca vi um blog sobre Lisboa com a superior qualidade que tem o "Cidade surpreendente" sobre o Porto.

Finalmente, quero dizer-te que não sou um renegado nem um traidor.
Adoro o Porto que é uma cidade muito mais bela do que se pode imaginar. Mas é preciso saber olhar para ela. E o "Cidade surpreendente" ensina-nos a fazê-lo!
E além disso, é o lugar onde tive uma infância e uma adolescência feliz. E não só...
Um abraço

8:20 da manhã  
Blogger nelsonmateus said...

a net esta a abrir novas ligações entre Porto e Lisboa, mas tbém com évora, monsaraz, leiria, faro, albufeira, etc, etc ... e isto é só por falar das terras em território nacional porque a lista continua lá pra fora!

ps: tbém concordo com o antónio tem razão em relação ao blog da "Cidade surpreendente" ... 5 estrelas

11:34 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

António,
Permita-me responder ao seu comentário.
Não está a ser lírico! O intercâmbio virtual entre as duas cidades, é necessário e louvável:
Eu quando comentei, não tirei as “palas” que por vezes uso nesta assunto (Porto/Lisboa).
Renegado e traidor! Nunca lhe chamariam! Pelo facto de gostar de mais uma cidade do nosso belo Portugal.É a nossa capital!
Prometo para a próxima vez que vá a Lisboa, contemplar a cidade com calma, sem esquecer as suas palavras.

Um abraço,

GR

1:54 da tarde  
Blogger António said...

Para GR:
Acho bem que observes Lisboa sem preconceitos.
É de facto uma bela cidade.
Mas não é obrigatório que todos tenhamos os mesmos gostos.
Um abraço

2:05 da tarde  
Blogger wind said...

Sou Lisboeta e adoro a minha cidade. Não a trocava por nada. Já fui ao Porto e senti diferença nos prédios e na luz. Bom post:) beijos

3:46 da tarde  
Blogger Caiê said...

gostei muito deste post!
acho que as rivalidades só fazem diminuir o progresso em qualquer lugar.
aqui entre as ilhas tb ha rivalidade... e faz rir, essa tolice!

além disso, que sentido tem?
se não aceitarmos a beleza das diferenças entre nós... como vamos gostar do mundo? o bonito são as diferenças!

6:20 da tarde  
Blogger Fragmentos Betty Martins said...

Querido António

Belo tema Porto/Lisboa!

Sinto-me um pouco cidadã do mundo, pelo tempo que passei e passo fora de Portugal

Mas adoro, ADORO Portugal. Seus cheiros, cor, nostalgias as pessoas e a sua história que verdadeiramente me encanta. Não existe outro país que em mais ame.

Como vivi durante algum tempo no mundo da "Moda" e tudo se passava em Lisboa fui aprendendo a gostar de Lisboa, aos poucos, e esse amor ficou. Agora falando do Porto. Sempre gostei muito. As pessoas são deliciosas para mim, sempre que lá vou. Vou resumir uma história que se passou comigo nessa bela cidade.

Estava perdida numa rua do Porto, porque andava à procura de uma clinica medica ( tenho horror a hospitais) tinha ficado com muita febre de repente e estava a ficar afónica, com alguma dificuldade, falava para a dita clinica, (de telemóvel, claro!) dizendo que estava completamente perdida e o que eu ia fazer era estacionar o carro e ir de taxi! Pois o medico falou comigo, perguntou o que havia por ali que desse de ponto de referência (e eu dei) e o medico foi ter comigo. Este episódio achei-o do outro mundo!

Agora para estragar tudo até sou do F.C.P
Mas os pastelinhos de Belém, ou seja C.F.B também estão no meu coração, não são os MAIORES, mas gosto deles!

O teu post está o MÁXIMO!!! Como SEMPRE!

Um beijo grande

10:26 da tarde  
Blogger Menina Marota said...

Bem... tenho que confessar, que este texto, especialmente vindo de um Portuense, me comoveu e deixou com a lágrima ao canto do olho.
É que eu sou Lisboeta de gema.
A minha família está toda em Lisboa.
Por motivos profissionais do meu Pai, vim parar ao Porto há mais de 30 anos.
Confesso, que foi muito duro ao princípio. As pessoas não me aceitavam bem, por eu ser do sul. Cheguei a ser “enxovalhada” por uma professora, que gozava com a minha pronúncia e me obrigava a repetir várias vezes as palavras, porque não gostava do meu “sotaque”…
Eu adoro Lisboa.
Apesar de gostar do Porto e, entretanto com o decorrer dos anos, me ter afeiçoado a esta terra e, a muita gente que também gosta de mim.
Aqui casei.
Aqui faleceu a minha mãe.
Aqui tive os meus filhos.
Já deixei para trás, o meu sonho de voltar a Sintra, a terra que me viu crescer.
Esta é a minha terra adoptiva, mas que já faz parte de mim e da minha família.
Mas, Lisboa continua a ser, a terra onde principiei a crescer, onde me sentia gente, a minha verdadeira raiz. E, quando nos reunimos em família, eu percebo, quanta falta me faz aquele ambiente, a afabilidade e o carinho dos meus, as recordações que guardo de lá.
Grata por me fazeres reviver momentos tão bonitos da minha infância e juventude.

Um abraço e bom domingo

11:58 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

As rivalidades...pois,não sei porquê!não têm nada a ver,Lisboa e Porto são "coisas"diferentes,gosto das duas!
Mas,dizia eu,Lisboa tem cruzado o meu caminho cíclicamente...é onde vivo agora,sorri,no fim do eixo que descreveste,Praça de Espanha,sentido Sta Maria,em vez de cortares á direita para o Hospital em frente e à esquerda,ups,quase te dava a minha direcção,ah!ah!
O Porto é uma cidade especial,tem outros encantos,aquele atravessar da ponte(...quem vem e atravessa o rio,junto á serra...!)deixa-me sempre um sabor indizível,prazer,eu gosto de andar pelas ruas(adoro fazer compras no Porto!!!),daquela luz filtrada,das pedras gastas,da história...não tem nada de parecido com Lisboa,há dias que só ali me apetece estar,no outono então,é Porto!
Lisboa é uma cidade mais agressiva,com sítios lindos mas é da luz que gosto mais,uma luminosidade ,cheiros e cores completamente diferentes,outros dias,outros humores me fazem gostar de Lisboa,não sei se era aqui que gostaria de viver,mas isso agora não interessa.
Das pessoas,não vou falar daquela"é à Lisboa!",os meus amigos são sobretudo nortenhos mas não sei se isso é uma amostragem significativa,eu gosto das pessoas,não pelo sítio onde nasceram
Gosto de sítios,de pessoas,do mundo,já vivi em tantas terras!mas gosto muito da diversidade de Portugal e desta forma de ser...às vezes irrito-me,barafusto...mas gosto e de te ler adoro,seu latino,engenheiro,escritor...cinquenta anos de idade,eh!eh!bem conservado!!!a sério!ah!ah!
Beijinho grande
Ana

2:02 da tarde  
Blogger António said...

Para "ana":
Gostei do teu comentário.
Mas sobretudo gostei da indicação onde moras..eh eh
Subir a Av. dos Combatentes, atravessar a das Forças Armadas, passar o estádio Universitário e depois...Abranches Ferrão?... Lúcio de Azevedo Machado?...Virgílio Correia?
É por aí, não é?
(claro que fui ver um mapa...eh eh)

E também gostei de "latino, engenheiro, escritor...cinquenta anos de idade,eh!eh!bem conservado!!!".
Isso faz subir a auto-estima de qualquer um.
Só que não são cinquenta...são cinquenta e seis!

Beijinhos

2:37 da tarde  
Blogger Heloisa said...

"Nem todos pensam assim, eu sei. Mas já vai passando o tempo das rivalidades tolas e mesquinhas. Penso eu de que…"
"PENSO EU "DE QUE""...todas as rivalidades TOLAS deveriam passar!!!
MAS... *ANTONIO*, HOMEM DE DEUS...Nao so' e' EXCELENTE A CONTAR HISTORIAS... como agora, me sai um excelente "Guia" Um "Cicerone", atraves dessa BELA CIDADE DE LISBOA!!!!
O PIOR, e' o meu coracao, ANTONIO! A SAUDADE, tao PORTUGUESA!_PORTO OU LISBOA_!!!!!
Confesso, que conheco pouco bem o PORTO*, mas do que conheco "in loco", e do que vejo em reportagens, filmes, etc... o PORTO e' uma BELA CIDADE! Mas... o "bicho Humano"... precisa sempre de umas "rivalidadezinhas" e... precisa tambem, de se sentir SEMPRE SUPERIOR, ao outro SEMELHANTE HUMANO!_A minha Rua e' melhor que a tua!_O meu Bairro e' mais tipico que o teu!_ A minha escola e' muito mais FINA do que a tua! ate' a minha cidade, casa, carro e...VESTIDO OU FATO.. o meu e' marca "registada"... o teu e' reles "contrafeito"!!!!!"And so on"...
ANTONIO, ADOREI O PASSEIO E... AS SUAS MEMORIAS que, algumas, sao tambem minhas!
APARTE:_NAO NASCI EM LISBOA, SOU MUITO, MAS MUITO, ALENTEJANA!!! Porem, de tenra idade me transferiram para LISBOA depois para AFRICA e depois de adulta, para LISBOA outra vez!
Entretanto, quando tive casa propria, procurei sempre fugir de LISBOA!_LISBOA, SO' PARA TRABALHAR E PASSEAR E... as vezes, fazer compras!_VIVER,Cascais, setubal e... por ai'!!!!!
AMO APAIXONADAMENTE O ALENTEJO! E...AMO LISBOA! E...AMO TODO O MEU PAIS!!!!!!!!!!
Antonio, e...ADORO LE-LO*!!!!!
Aceite meu Abraco!
Eu, que ando de palavras "enferrujadas"... lendo as SUAS, estimulam as MINHAS!
OBRIGADA!
Heloisa B.P.
***************

10:34 da tarde  
Blogger Leonor C.. said...

Pensas e pensas bem! Não cultivo rivalidades. Nasci em Lisboa, no bairro de Alfama e gosto muito da minha cidade. Sempre vivi aqui. Conheço o Porto,pouco, mas do que vi gostei. Já aí passei um São João e adorei! Gostava de voltar aí e permanecer alguns dias para ter tempo de dar umas voltas. Obrigada pelas bonitas palavras acerca da minha cidade. Quando cá vieres diz...

10:56 da tarde  
Blogger Diolindinha said...

Sou a Andorinha Negra (c'est moi) e voltei para dizer que também estou aqui...

12:16 da manhã  
Blogger António said...

Para Ana Maria Costa:
Obrigado por mais uma visita.
Claro que Portugal não se restringe a Lisboa e Porto.
Mas foi a partir da rivalidade entre as duas maiores áreas metropolitanas do nosso país que resolvi manifestar o quanto gosto de Lisboa.
Do Porto nem é preciso falar, pois não? É a minha muito amada terra!
Jinhos

1:41 da tarde  
Blogger Xinha said...

Também gosto de lisboa... faz parte de algumas boas memórias da minha infância! :)

1:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

passa la...
duvidas esclarecidas!

1:57 da tarde  
Blogger Lmatta said...

Gosto do Porto
Ja lá Fui 3x
Ambas sao bonitas diferentes.
Gostei de ler
beijinhos Loucos

4:55 da tarde  
Blogger heidy said...

:) Adoro a cidade onde nasci e que me viu crescer.Dei os meus primeiros passos no castelo de s. jorge, onde ia passear aos domingos pela mão dos meus pais, e que mais tarde se tornou no meu refugio; amo o meu rio... andar descalça na relva perto da torre de belém... ir ao fim da tarde comer um pastel de belém (com muita canela); já passearam pela baixa ao domingo? sem confusão?
Amo sintra ao pôr do sol... sentar-me quietinha junto do adro da igreja e ver lá longe cascais, oeiras, e estoril... ou passear pela serra; dar um beijo em pleno parque da liberdade... dançar no palácio de sintra... :)
Sinto prazer em fugir ao fim de semana para o porto, cidade que amei ao primeiro olhar, onde a maioria das pessoas ainda mantêm aquela inocência tipica do norte, onde comemos muito bem...
Amo deixar lisboa entregue À confusão de Agosto e dar um salto até miranda do douro, e sentir aquela paz... onde podes sentir a liberdade dos teus movimentos; ver aquela maravilhosa paisagem a partir da régua...
Ainda hoje consigo ficar pasmada e de peito inchado com o nosso pequenito Portugal, tão magnifico à beira mar plantado! Digam o que disserem... é lindo! apenas mal entregue... e nós temos culpa, porque normalmente, o que é dos outros é que é bom. Sonhemos alto, e vamos dar um fim a estes bairrismos parvos. Só desta forma cresceremos em uno... de outra forma, perderemos até a nossa identidade!

10:35 da tarde  
Blogger heidy said...

Desculpa migo, demorou a conseguir tempo para vir aqui, mas quando vim... exagerei na emoção! :)

beijokas

10:37 da tarde  
Blogger Anna^ said...

Todos pensassem assim...Parabéns pelo texto;gostei muito,logo eu uma tripeira de gema tb :)

Fica bem ":o)

10:35 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Como sempre saboreei cada palavra tua! Só hoje tive um bocadinho de tempo para relaxadamente vir visitar-te, desculpa o atraso... Concordo plenamente ctg, António, nunca nos devemos esquecer que por enquanto somos todos “habitantes do mesmo planeta”... Além que se o bairrismo é ou foi uma coisa em tempos bonita, hoje em dia acaba por ser adulterado, e as pessoas por vezes deixam de saber expressar-se nesse sentido. Nunca me vou esquecer de um tal "senhor" (se assim se pode chamar), que ficou "furioso" (para não dizer outra coisa) porque levou muito a peito, o facto do Bono aquando do concerto em Alvalade, se ter dirigido aos fãs dizendo: "boa noite Lisboa" esse JC é de Famalicão. Então se nós estávamos mesmo em Lx, o que tem de errado o Bono ter dito aquilo?? Na "cabecinha" mesquinha desse JC pelos visto tinha, ou têm! Ps: para entenderes melhor ao que me quero referir dá um saltinho ao site http://concertou2.blogs.sapo.pt/ na infeliz publicação do JC Famalicão: "Os meus ouvidos ainda se queixam..." e dá uma passadinha pelos comentários, garanto-te que no mínimo, é hilariante! Jinhos

1:52 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Gostei imenso de te ler...
Tens posts excelentes no teu blog.

Fica bem!

11:53 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá António. Em primeiro lugar gostaria de desejar-lhe um bom ano e felicitá-lo pela forma cativante com que escreve. Devorei o seu último texto com muito gosto!!!
Também eu, apesar de moura algarvia, pertenço em coração inteiramente a Lisboa, cidade em que me formei há alguns anos. Hoje, a morar no Algarve novamente, sinto uma dependência afectiva em relação àquela cidade. Voltar a Lisboa é sempre um renovar de energias!
De tudo o que descreveu, o que mais me encanta é a luminosidade do rio em dias de Primavera. Passear rente ao Tejo, em dia de Sol, com o rio a brilhar como se tivesse no seu leito mil estrelas incandescentes, misturadas com as sombras das velas... faz-me transpor a barreira do sonho.
Mais não lhe conto, excepto a sensação arrepiante de atravessar a ponte 25 de Abril a meio da tarde e sentir toda a vida virada para o rio, em cascatas de pedras brancas a realçar os telhados antigos; ou ainda a sombria estrada que nos leva de Sintra a Seteais e nos revela palácios e jardins lindíssimos como a Regaleira e Monserrate... já os visitou? Não? Não se esqueça de anotar na sua agenda... e já agora, tome um café por mim na Piriquita!
Do Porto, pouco ou nada conheço... fica para descobrir um dia.
Um abraço!

3:44 da tarde  
Blogger António said...

Para "são rua":
Obrigado pela visita, pelos elogios e ainda pelos conselhos.
Como não tens nenhum link, não te posso contactar doutra maneira.

Beijinhos

6:31 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olha, adorei este texto. Eu sou do Porto, adoro esta cidade, a Ribeira, as ruas estreitas, pontes... O Porto é uma cidade encantadora, obscura e fascinante, mas Lisboa também o é. De uma maneira diferente claro =P É uma cidade luminosa e bonita, e embora so tenha ido lá três vezes, vou voltar ainda nesta semana. O pouco que eu conheço de Lisboa, adoro!

Detesto a rivalidade entre Porto e Lisboa. São duas cidades completamente diferentes, e antes de criticar, é melhor visitá-lhas não? Mas olha, tenho que admitir que adoro a pronúncia XP

Continua assim

5:58 da tarde  

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