Eu sou louco!

Irreverência, humor, criatividade, non-sense, ousadia, experimentalismo. Mas tudo pode aparecer aqui. E as coisas sérias também. O futuro dirá se valeu a pena...ou melhor seria ter estado quietinho, preso por uma camisa de forças! (este blog está registado sob o nº 7675/2005 na IGAC - Inspecção Geral das Actividades Culturais)

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sexta-feira, janeiro 26, 2007

Histórias curtas VI - Noite de trovoada

Fátima Azevedo era uma solteirona, fervorosa cristã, que vivia sozinha numa velha casa de lavoura que fora dos seus pais.
Tinha perto de trinta e oito anos e trabalhava na Câmara Municipal da vila sede do concelho.
Mal fizera o 12º ano, o pai arranjara-lhe o emprego que manteve até hoje e onde se esmera para ser boa funcionária.
Era a única filha de Zeferino e Carmelinda: o homem amanhara uma razoável propriedade da família situada adjacente à casa e acumulava com funções de jardinagem na Junta de Freguesia.
Mas, ainda cedo, problemas de saúde começaram a impedi-lo de fazer trabalhos pesados e, ao fim de mais uns anos, quando a sua Fatinha foi para a edilidade, vendeu grande parte dos terrenos por bom dinheiro e dedicou-se à nobre actividade de nada fazer.
A mulher tratava dos assuntos domésticos e dos animais que viviam no piso térreo da habitação.
O andar superior era destinado aos três membros da família.
Há cerca de quatro meses faleceu, de cancro na próstata, o velhote.
A mulher não resistiu muito mais tempo. Três meses depois, uma pneumonia acarretou-lhe várias complicações que culminaram no seu passamento.
A filha foi o amparo dos pais na velhice e na morte.
- Não fez mais do que a sua obrigação – diziam uns.
- Mas há muitos que nem a obrigação fazem – comentavam outros.
- Era filha única! Se fossem meia dúzia, tinham andado a empurrar uns para os outros e os velhos acabavam num asilo ou no hospital – sentenciavam alguns.
E assim a Fátima se viu sozinha na vida.
Não era bonita. Tinha os dentes acavalados, os olhos pequenos e o nariz adunco, mas era razoavelmente elegante.
Tivera vários pretendentes mas, ou ela ou os pais, sempre lhes acharam defeitos e assim foi ficando solteira, até hoje.
Tem ainda uma muito antiga paixão por um colega da escola primária, o Jaime, mas este nunca lhe prestou a atenção que ela gostaria. Entretanto casou e já tem dois filhos espigadotes.
A casa, depois da venda dos terrenos pelo Zeferino, sofreu umas transformações no rés-do-chão, sobretudo para converter umas pocilgas em garagem para dois carros pequenos: um do pai e outro da filha.
O acesso ao andar que servia de habitação era feito por uma escada de granito, no exterior.
Era tudo muito velho. O Zeferino, com uma pequena reforma, queria gastar pouco do dinheiro que tinha a render em Certificados de Aforro pois estava destinado a fazer face a despesas com doenças. E tinha razão pois acabou por dispender algum com a sua enfermidade final. Também a mulher não ficou barata na morte. Mas ainda sobrou uma boa maquia para a Fátima.
Por tudo isso, o soalho de tábuas de madeira, excepto na cozinha, rangia sob os passos de quem o pisasse. As janelas tinham duas abas envidraçadas com cortinas e, no interior, havia umas portadas em madeira que, já empenadas, eram difíceis de ser bem fechadas e assim dar maiores garantias quanto à não entrada de indesejáveis.
O Monge, pastor alemão velho mas ainda bonito de bem tratado que era, constituía a guarda avançada da casa e propriedade circundante, agora bem pequena.

Estávamos no início do Outono e ainda não viera nenhum daqueles temporais que a Fatinha tanto temia. Desde pequena que tinha pavor às trovoadas e agora só, naquela casa lúgubre, fria e isolada de todas as outras da povoação, às vezes pensava em como reagiria perante uma tempestade das fortes.
Na procelosa noite sequente a um dia de temporal, a amedrontada Fátima fechou todas as portas e janelas o melhor que conseguiu. Encarcerou-se no seu quarto juntamente com o fiel Monge e preparou-se para dormir, não sem antes tomar um calmante dos que usava quando tinha insónias.
Ouvia-se o sibilar de uma ventania desenfreada lá fora, os ruídos das ramas das árvores, mesmo que distantes, o bater da água nas vidraças. Um tremelicar da luz precedeu um ribombar barulhento e amedrontador.
A Fátima tremeu ao pensar que, pela primeira vez, iria estar sozinha debaixo de uma trovoada. Após aquele primeiro sinal de aviso resolveu deitar-se. Não teve tempo. Um novo trovão atordoou a sua cabeça e pouco depois a luz apagou-se.
Rastejou até à cama, subiu para ela, meteu-se debaixo da roupa e chamou o cão:
- Monge! Anda para o pé de mim!
E o animal subiu para se enroscar sobre os lençóis e cobertores junto da dona.
Com a escuridão, podia ver-se a luz dos relâmpagos a penetrar no quarto através das frinchas das velhas portadas. O som estrondoso que se lhes seguia deixava a mulher cada vez mais aterrorizada.
Meteu a cabeça debaixo da roupa na tentativa de nada ver e nada escutar.
De repente, ouviu o soalho ranger algures dentro de casa. Sentiu martelar-lhe nos ouvidos uns passos que se íam aproximando da porta do seu quarto. Lentos, cadenciados e cada vez mais audíveis. Chegou-se para junto do cão, moveu a cabeça para fora dos panos e disse:
- Monge! Fareja quem está lá fora!
Mas logo um novo relâmpago a fez ver um vulto dentro do seu quarto.
A mulher estava em pânico!
Enroscou-se de novo debaixo dos tecidos que cobriam a cama e ficou à espera de ser atacada. Várias facadas? Um golpe certeiro de machado? Ou seria um violador?
E o cão não reagia. Maldito!
Um novo estrondo fê-la tapar os ouvidos com as mãos.
Mas o soalho dentro do quarto rangia sob os passos pesados e compassados daquele que seria, certamente, o seu carrasco. Ouvia-lhe a respiração.
Paralisada, esperou a estocada final rezando pela salvação da sua alma.
E foi ficando assim, petrificada, incapaz de se mover, vencida pelo medo, à espera do ataque do seu algoz.
- Ajudai-me, Senhor! – pensava.
- Avé Maria, cheia de Graça... – orava.

Eram cerca das dez horas da manhã quando tocou o telefone.
Ouviu-o porque tudo agora era silêncio. A tempestade parecia ter passado.
Apercebeu-se de que tinha acordado. O Monge já estava sentado no chão.
Olhou ao redor e não viu marcas de nenhum assaltante.
Entretanto o telefone parou de tocar.
Sentia outra disposição, agora. Destapou-se e saltou para fora da cama. Foi abrir as postadas das janelas. Caminhou resoluta para a porta e colocou a mão na chave. Rodou-a, ainda um pouco a medo, e abriu-a com um pontapé:
- Monge! Busca!
O canino saiu do quarto e ela seguiu-o, primeiro com o olhar depois caminhado atrás dele. Tudo parecia normal.
Voltou ao quarto e espreitou para debaixo da cama e para dentro do guarda-roupa; nada nem ninguém lá estava escondido.
Aproximou-se duma das janelas e olhou atentamente para as casas menos afastadas: havia estragos.
Vizinhos com os seus bens atingidos estavam já a tentar reparar os danos. Muitos ramos de árvores espalhados no chão. Arbustos derrubados. Pequenas extensões de muros tombados. Telhas quebradas nos pavimentos. Vidros partidos. A confirmação, se necessária fosse, de que houvera borrasca forte durante a noite.
Abriu a vidraça.
- Então, Fatinha! Mas que temporal tivemos esta noite! E ainda não há luz. Tem muitos estragos? – disse um homem de meia idade com um aspecto campesino que ía a passar nesse momento junto à casa isolada.
- Ainda não vi! Só acordei agora – respondeu a mulher.
Um carro parou junto da casa. De lá saiu o colega Alberto:
- Estás bem, Fátima? Como não apareceste no trabalho à hora habitual pensamos que tivesses tido problemas. E como não atendeste o telefone, resolvi vir cá.
- Obrigado, Alberto! Adormeci tarde por causa da tempestade. Mas ainda tenho de ver se há alguns danos na propriedade.
- Ainda não há luz em muito sítios mas logo, a meio da tarde, já tudo deve estar normalizado. É o que diz a malta dos Serviços.
- Com a luz do dia dá para fazer uma vistoria, sobretudo ao telhado. É fácil. Subo ao sótão e vejo se entrou água.
- Parece que estás bem! – opinou o Berto.
- Agora estou! Mas passei uma noite horrível. A trovoada deixa-me em pânico e agora que vivo aqui sozinha, é muito mais complicado.
- Tens de te casar, rapariga! Quanto mais não seja nas noites de trovoada – disparou, trocista, o colega.
- A brincar que o digas! A brincar que o digas! – respondeu ela, lembrando-se da pavorosa noite em que o sono acabara por vencer o medo.

26 Comments:

Blogger Maria Carvalho said...

WOWOWOW (interjeição da minha filha) foi o que me oecorreu ao ler-te. WOWOWOW!!! Adorei! Simpesmente. Milhões de beijos para ti e acrescento que odeio o barulho da trovoada...

7:06 da tarde  
Blogger Rosa Silvestre said...

Mistério! Mais uma história interessante e recheada de pormenores...ainda não há mortos! (brincadeira).
Será que estava alguém no quarto da Fátima na noite da trovoada. Espero ansiosamente o próximo capítulo. beijho!

7:46 da tarde  
Blogger Rosa Silvestre said...

Pois é...história curta VI! não li, pensando que continuava...mas não era mal pensado António, a continuação!
De qualquer maneira por ilusões e alucinações todos passamos, bjinho!

8:46 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá António:
O que viu a Fátima no quarto nessa noite?
Não tenho medo da trovoada a não ser acampada nos Pirineus lol
A Fatinha precisa de alguém que a proteja nessas noites para além do Monge.
Beijo

8:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

António,

Não tenho medo da trovoada e adoro ver os relâmpagos caírem no mar, lindíssimo!
Mas quase fiquei com medo, ao ler a noite terrível da Fátima.
Então ela não confiou no Monge? Se ele (cão) não deu sinal, não havia nada, nem ninguém! O CÂO, é sempre o melhor guarda, o melhor protector, o melhor Amigo!
Mas descreves o MEDO, com uma tal intensidade, torna-se contagiante.
Adorei mais uma História.
Por vezes releio as tuas Crónicas, é difícil dizer qual a melhor.
São sempre tão magníficas!

Bjs,

GR

10:58 da tarde  
Blogger António said...

Para "GR":
Olá, Guida!
Obrigado por teres comentado este texto que pretende ser um "thriller psicológico", colocando a protagonista da história com um medo do foro psicótico e que a levou a ter ilusões e alucinações.
Penso que poderá ser de interpretação um pouco mais difícil do que os outros textos que eu tenho escrito.

Beijinhos

11:14 da tarde  
Blogger Flor de Tília said...

E se dúvidas ainda houvesse de que és um grande contador de histórias, esta teria confirmado o dom inato que possuis e que todos podemos constatar. De facto, esta história envolve outros problemas que ultrapassam o real. De alucinações, visões e outras que tais, não as sei comentar e creio que a metafísica me daria uma ajudazinha.
Mas esta história" mexeu" comigo. Eu fico apavorada, como a Fátima o ficou, e ouço tudo e mais alguma coisa nestas assustadoras noites.A insónia instala-se, os ouvidos ganham acuidade, a sensibilidade instalada à flor da pele ganha contornos tais que tudo se agiganta.
Esta história merecia uma continuação. Sei que a conseguirias continuar e apresentar uma explicação lógica para tal fenómeno.
Continuas de parabéns. A excelência das histórias prendem qualquer leitor.
Beijinhos

2:42 da manhã  
Blogger Isamar said...

Passei para te deixar um beijinho e desejar um bom fim de semana.Voltarei para ler a história e comentar.

10:34 da manhã  
Blogger Leonor said...

ola antonio
desta vez as teclas estavam bem oleadas, rsss, mas leu-se muito bem.

a minha representaçao de solteirona exige mais idade que 38 anos mas achei interessante saber da tua representaçao.

quem tem medo compra um cao.
coitado do cao que nem podia dar-se ao luxo de ter medo tambem, rsss

um texto reflector do senso comum bem conseguido

abraço da leonoreta

1:32 da tarde  
Blogger Caiê said...

História curta? De certeza que isto não tem continuação? Isto merecia uma parte II. Eu queroa saber se isto foi o pânico da fatinha ou se realmente houve visitas... Sabes que a curiosidade é o pecado das gatas, ah ah ah!

3:32 da tarde  
Blogger António said...

Para "sonamaia":
Olá, menina!
Obrigado por teres comentado este texto que pretende ser um "thriller psicológico", colocando a protagonista da história com um medo do foro psicótico e que a levou a ter ilusões e alucinações.
Este fenómeno é muito vulgar em crianças.
Penso que poderá ser de interpretação um pouco mais difícil do que os outros textos que eu tenho escrito.
E não foi sonho, não senhora.

Beijinhos

6:33 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Gostei muito deste conto de final aberto. Dá margem à nossa imaginação! E tudo acabou bem com a protecção de alguém que pareceu não ser estranho... Muito bonito!

8:50 da tarde  
Blogger Fatyly said...

Nunca tive medo de trovoadas e narras aqui algo verdadeiro: mesmo a dormir o subsconsciente da personagem continuou em polvorosa.
Gostei!
Beijos

9:42 da tarde  
Blogger lena said...

hoje a noite não é de trovoada

é uma noite fria, gelada,

hoje a noite deixasse cortar com a faca...

a noite esconde os silêncios perdidos

hoje a noite deixa escutar os silêncios...

é sempre muito bom ler-te, mesmo dentro dos medos da Fátima, da trovoada ou no Monge

senti a noite de temporal e imaginei "um fantasma" percorrer o quarto da Fátima, talvez fosse o Alberto, nunca se sabe...

o importante é que adorei a forma como a descreves, tratas o medo de uma maneira tão contagiante e intensa, isso prendeu-me

beijinhos para ti meu amigo

e obrigada!


lena

11:11 da tarde  
Blogger Peter said...

Bem, se não foi sonho, foi o Alberto ...

12:11 da manhã  
Blogger Peter said...

António

"colocando a protagonista da história com um medo psicótico que a levou a ter ilusões e alucinações"

e eu já estava a culpar o pobre Alberto...

É um assunto que não é da minha especialidade.

Obrigado pela visita. Eu e a "bluegift" temos andado ocupados com o Referendo. Têm lá colocado textos muito interessantes. Talvez isso justifique que o blogue batesse ontem um recorde:

170 visitantes.

12:14 da tarde  
Blogger Isamar said...

Gostei muito desta história que, na minha modesta opinião, transcende as histórias que costumo ler. Não lhes tiro mérito mas esta aborda um tema que sempre me interessou. Desde menina.
As alucinações e delírios são importantíssimos sintomas de muitas doenças mentais, mas principalmente das psicoses mais graves.Estes e outros fenómenos chegam aos psiquiatras, só e apenas, através da conversa com os pacientes, uma vez que são experiências individuais, solitárias e íntimas.
A alucinação é a percepção real de um objecto irreal,no espaço e no tempo em que decorre. É a percepção de algo cuja origem radica num temor de grande intensidade localizado no subconsciente de quem vive a experiência. Neste caso, da trovoada, do temporal. A percepção é real, tendo em vista a convicção inabalável da pessoa que alucina em relação ao objecto alucinado. No entanto, a percepção da alucinação é de origem interna, emancipada de todas as variáveis que podem acompanhar os estímulos ambientais (iluminação provocada pela trovoada,ruído do vento, que sibila por entre as frestas,medos intensos, acuidade sensorial ( auditiva, visual, táctil, etc).Um objecto alucinado é, muitas vezes, percebido mais nitidamente que os objectos reais.
As alucinações aproveitam sempre o material consciente conhecido dos pacientes.
As alucinações mais frequentes são as auditivas e visuais.
Esta história,embora curta, teve uma importância grande na medida em que me permitiste abordar algo que , por pudor ou receio, é muitas vezes intocável pelo homem.
Beijinhos

12:29 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

antónio,
como sempre, gostei bastante!
um abraço e obrigada pelos e-mails.

2:51 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

lololol, Tu inventas cada uma:)))
Esta do sonho foi genial:)))
Quanto ao resto do conto, está muito bem escrito, como sempre, com todos os pormenores físicos, visualiza-se a casa, enfim, impecável:)
beijos

4:18 da tarde  
Blogger Isamar said...

Olá, António!

A ilusão é uma confusão dos sentidos que provoca uma distorção da percepção e pode ser causada por razões naturais, no caso do teu post, mudança do estado do tempo, deformação do ambiente que nos rodeia por condições criadas por nós, directa ou indirectamente, muitas vezes involuntárias, ou artificiais (efeitos sonoros,visuais,tácteis...). Todos os sentidos podem ser confundidos por ilusões, mas as visuais são mais conhecidas, no caso que referes, um roupão, por exemplo,um chapéu,um candeeiro de chão... Uma vez que a percepção é baseada na interpretação dos sentidos, as pessoas podem experimentar ilusões de diferentes formas e intensidades. Repito: o teu post está excelente. E se tens conhecimentos de engenharia, muitos mais revelas e estão comprovados.
Beijinhos. Continua a escrever.És, também, um bom escritor!

4:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Vi o título deste Blog no "100 à hora" do Orlando Dias Agudo (http://cemhora.blogspot.com ) e perdi-me... li,ri, copiei e imprimi.

Parabéns por esta tarde de domingo e pelo excelente trabalho.

Francisco Silva - Braga

7:59 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Vim conhecer. Boa noite.

9:03 da tarde  
Blogger António said...

Para "Francisco Silva":
Olá!
Obrigado pelo comentário.

Saudações

9:50 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

no seguimento dos teus ???????????

sim, antónio!
o pedro rolo duarte tem feito umas entrevistas na antena 1 a alguns bloggers. hoje foi a da isabel. o próximo ainda não sei quem é, mas aviso!
beijinhos.

9:51 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Um positivista a falar de alucinações... Atirem-me água benta (ai, espera, esta última frase é do Rui Reininho... eh eh eh!).

Eu julgo que o termo certo para aplicar à senhora em causa é neurótica e, talvez (por algumas entrelinhas que lá puseste...) obssessiva-compulsiva. Mas psicótica não! Pobrezinha!!! :)

2:23 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

As coisas que o medo tece....e tu também... :)
Gostei muito da forma como descreves os sentimentos, sobretudo o medo.
Beijinhos

9:34 da tarde  

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