Eu sou louco!

Irreverência, humor, criatividade, non-sense, ousadia, experimentalismo. Mas tudo pode aparecer aqui. E as coisas sérias também. O futuro dirá se valeu a pena...ou melhor seria ter estado quietinho, preso por uma camisa de forças! (este blog está registado sob o nº 7675/2005 na IGAC - Inspecção Geral das Actividades Culturais)

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domingo, janeiro 07, 2007

Histórias curtas III - A mulher da janela

Luciano casou com Judite há cerca de dois anos.
Foi nessa altura que compraram um pequeno apartamento num arrabalde da grande cidade e para lá foram viver. Recorreram ao crédito bancário como é corrente depois de o mercado do arrendamento se ter degradado até ficar moribundo.
Todas as noites, depois do jantar, costumavam ir os dois tomar um café num estabelecimento que ficava a uns quinhentos metros de casa. Iam a pé, salvo se as condições climatéricas não fossem as mais recomendadas para andar na rua.
Muito recentemente, a Judite deu à luz um rapazinho a quem puseram o nome de Carlos.
De então para cá, o homem começou a ir sozinho ao café depois de dar a ajuda habitual à mulher. Mas, normalmente, não demorava mais de uns vinte minutos, salvo se encontrasse alguém conhecido com quem conversava um pouco. Mesmo assim nunca se deixava retardar pois a Ju estava habituada à sua companhia e ao seu auxílio.
Numa das primeiras noites em que caminhou sozinho, a uma hora em que ainda havia muito claridade natural, reparou que numa janela de um primeiro andar elevado, situado a cerca de meio caminho entre a sua habitação e o café, estava uma belíssima jovem que o olhava com os seus enormes olhos negros de forma insistentemente provocadora.
E a cena repetiu-se nas noites seguintes. Quando regressava, já ela não estava à janela.
Aquele rosto lindo era de tal forma apelativo que o Luciano começava a ficar ansioso por a ver ainda não tinha saído de casa.
Ela nada dizia e ele também não. Pensava que qualquer ousadia ali, tão perto da sua morada, teria um risco elevado que ele temia correr. Mas não lhe faltava vontade de entabular conversa.
Até que, certa noite, estava ele a uma escassa dezena de metros de passar sob a janela quando a misteriosa rapariga deixou cair um papel amarrotado em bola e desapareceu da vista do Luciano.
Ele baixou-se, meteu-o no bolso e só quando tomava o café é que o leu:

“Sou uma Rosa que tem falta de água e pode estiolar
Rosa367@netcabo.pt

A partir do dia seguinte, quando o computador que partilhava com a mulher estava livre e ela na cama, trocava uns e-mails com a Rosa. Depois passaram a conversar em chat.
Ela era muito esquiva a todas as perguntas que ele lhe fazia, o que punha em redemoinho os seus pensamentos e lhe fazia crescer a vontade de a conhecer melhor. Porque não pessoalmente?
A situação prolongou-se durante mais de três semanas e, quando ele passava junto à janela já lhe abria um largo sorriso no que era correspondido pela Rosa.
Entretanto ela foi-lhe dizendo que vivia com os pais, que andava a cursar Direito, e que mal ele desaparecia na curva a caminho do café se retirava da janela e ía sentar-se a estudar.
O coração do Luciano começava a bater com mais força quando passava perto da enigmática mulher.
Até que, uma noite, recebeu um e-mail que dizia:
“Amanhã estou sozinha em casa. Vou deixar a porta do meu apartamento somente encostada. Entra sem medo. Se a do prédio estiver fechada, toca à campaínha que eu abro-a cá de dentro. Quero ver-te de perto e quero que me conheças melhor”.
Ele tremeu!
Finalmente iria poder estar perto da Rosa!
Na noite seguinte, enquanto caminhava ía olhando tão discretamente quanto possível para todos os lados e, quando se aproximou da porta 367 encostou-lhe o ombro e entrou rapidamente. Fez o mesmo no apartamento. Desta vez o coração parecia querer saltar-lhe do peito.
Ouviu uma voz linda, dizer:
- Eu estou aqui no meu quarto. Orienta-te pela voz e vem cá.
Ele assim fez até que parou diante de uma porta encostada. Era lá de dentro que vinha o cântico de sereia.
- Entra! – disse a jovem.
Ele empurrou a porta lentamente, com dois dedos, e abriu-a.
Viu uma cadeira de rodas com uma mulher sentada, de costas para ele.
- Entra e vai para junto da janela, meu amor – orientou ela.
O Luciano assim fez. Agora, podia vê-la sentada numa cadeira de rodas com o rosto lindíssimo a sorrir e o peito a arfar. Desceu mais a mira do seu olhar e viu que a Rosa tinha ambas as pernas amputadas pouco abaixo das virilhas.
A surpresa deixou-o mudo e o rosto fechou-se.
- Desculpa, meu amor, mas queria que soubesses isto deste modo. Em directo e sem preparações.
- Pois! – balbuciou o homem – De facto apanhaste-me completamente desprevenido.
E não sabia se havia de sair imediatamente ou ser simpático e permanecer junto dela.
Ficou.
Conversaram durante mais de meia hora e ela contou-lhe, com as lágrimas a correr, o acidente que lhe transformara a vida. Disse-lhe que não se chamava Rosa mas Mafalda e se comparava a uma rosa desmembrada removida do roseiral.
Finalmente, ele despediu-se beijando aqueles lábios de framboesa.
Regressou a casa com uma confusão de sentimentos: tristeza, compaixão, irritação, ternura, fúria...
Dormiu mal. A Ju até lhe disse de manhã:
- Esta noite estavas muito agitado. Aliás, tens estado assim há várias noites. Que se passa contigo? – quis ela saber.
- Nada, mulherzinha! Nada de especial, é só algum stress do trabalho que vem comigo para casa e para a cama – mentiu ele.
E, na noite seguinte, fez um novo percurso para o café.
Um percurso mais longo e que não passava junto da janela da Rosa.

35 Comments:

Blogger Maria Carvalho said...

As pernas amputadas abaixo das axilas??!! Espera. Sou eu que não percebo nada de anatomia?! Ou tu que estavas distraído a carregar nas teclas??!! Beijos.

3:54 da tarde  
Blogger Flor de Tília said...

As pernas amputadas abaixo das virilhas. Foi uma confusão tua , certamente. Se estou errada, corrige-me porque há que aprender até morrer. Este pormenor, nesta comovente e belíssima história, é de somenos importância. De facto,senti-me arrepiar, umas lágrimas desobientes assomaram e quase rolaram na face perante uma história extraída da própria vida. Tal como te disse ontem, meu querido amigo, tu contas aqui retalhos do quotidiano de qualquer um de nós com a sensibilidade de um escritor. É que, sabes, estas histórias estão vivas, encontram-se ao dobrar da esquina e nós, muitas vezes, não nos apercebemos da sua dramática existência.
Quanto ao Luciano, que não foi verdadeiramente um Romeu para a sua Julieta,pronto para atraiçoar a mulher que parecia ser a da sua vida,fraquejou no momento em que se viu confrontado com uma dura e inesperada situação.Não o quero classificar! Mas classifico-te a ti: 20 valores.
Beijinhos

p.s. Talvez volte a comentar este conto.Lê-lo-ei várias vezes. Prometo!Fluentemente escrito, muito bem encadeado com um desfecho imprevisível.Prendes o leitor!

4:30 da tarde  
Blogger António said...

Já substituí a palavra axilas (que penso não estar incorrecta) por virilhas.
Obrigado pela ajuda.

4:35 da tarde  
Blogger wind said...

Não gostei deste conto e explico. O final não devia ser assim, há que respeitar os deficientes e não rejeitá-los, ele casado há 2 anos e já queria trair a mulher e amputada debaixo das axilas?
Como é que é isso António?:)
beijos e desculpa a minha sinceridade

4:36 da tarde  
Blogger Maria Carvalho said...

Ok. Depois de uma troca de ideias (axilas e virilhas e sei lá), digo-te que os passeios te trazem ideias engraçadas e que a tua imaginação é excelente. Não vejo tão friamente como a Wind, mas compreendo o ponto de vista dela. Gostei da tua história. Mais uma que pode ser real. Há cada coisa neste mundo, que já nada me espanta mesmo!! Beijinhos, meu querido.

4:50 da tarde  
Blogger Flor de Tília said...

Olá, António!

A axila é o vértice do ângulo formado entre um eixo e o seu apêndice. Assim, poderias usar o termo axila quer para as pernas quer para os braços. Também se chama axila ao vértice do ângulo formado entre o caule ou o ramo e a folha.Mas o termo axila usa-se para o ângulo formado no braço e ao ângulo formado na perna chama-se virilha.
Rodeada de livros e " com as mãos na massa" consultei o dicionário para que não persistisse a dúvida.
Beijinhos

5:03 da tarde  
Blogger Leonor said...

olá antonio
fui mais uma vez apanhada pela surpresa. um desfecho incrivel. triste tambem. para a rosa e para quem se embrenha na leitura. mas é a natureza humana a agir na pessoa de luciano. nao ha nada a fazer.

quanto ao complexo de édipo... lembraste-me logo os tempos em que estudava literatura inglesa. sempre que analisava uma obra na bibliografia correspondente a ela eu encontrava o freud. em todas as obras, nomeadamente o monte dos vendavais havia o complexo de edipo. impressionante.até que começei a brincar com o assunto.

abraço da leonoreta

5:13 da tarde  
Blogger António said...

Penso que as virilhas são o nome particular das axilas dos membros inferiores.
Mas já contactei um médico para esclarecer o assunto definitivamente.

5:25 da tarde  
Blogger Rosa Silvestre said...

Esta é de facto uma história bastante triste mas que não deixou de ser muito bem contada com uma grande sensibilidade pormenorizada que é própria do António!
As pernas amputadas abaixo das virilhas é mais verossível que debaixo das axilas, pois sendo assim a pessoa não tinha praticamente tronco!
Estas zonas são muito sensíveis. As virilhas são as regiões que estão perto da anca e as axilas são os sovacos (dizem os alfacinhas), meus meninos! Podem ver as virilhas em:

http://www.mercadolivre.com.br/jm/img?s=MLB&f=39864044_7509.jpg&v=P

e as axilas em:
http://www.saludymedicinas.com.mx/Reportajes/fotos/R00775.jpg

7:54 da tarde  
Blogger Peter said...

Não li os comentários. Normalmente faço-o, mas, desta vez, não me quiz deixar influenciar.

A história trata maravilhosamente e de um modo comovente,a diferença entre "sexo" e "amor".

10:02 da tarde  
Blogger Fatyly said...

Li várias vezes esta tua história e lá está o que acontece com milhares atrás de uma tela do PC, onde não contam a sua realidade/verdade e alimentam uma fantasia absurda com a qual não concordo e acima de tudo isso sem se lembrarem, que se vivem com alguém, esse alguém deveria ser respeitado. Sejam homens ou mulheres.
Se ele tivesse boas intenções e não o "ego" tão cheio, em vez de dar à sola dando uma volta de forma a não voltar a ver, manteria uma relação de amizade que poderia ser extensível à familia e possivelmente dando mais brilho à vida da deficiente, que nesta história mostrou, com culpas ou sem elas, muito mais dignidade...anda para ver o que por vezes parece... e não é!

Mas infelizmente existe ainda o "preconceito", já que muitos casais não querem amizades com deficientes, divorciados(as) e homossexuais...porque podem roubar-lhes o maridão ou a dignissima esposa.

Senti tudo isto nesta narrativa e gostei, talvez uma das formas que usaste para denunciar, não sei, mas é a mera opinião de leitora.

O termo escrito num relatório, por uma equipe médica: amputação das pernas abaixo das virilhas!

Beijos sinceros

10:03 da tarde  
Blogger Rosa Silvestre said...

António: embora pese muito a polémica da palavra axila, e me fez rir, a bom rir... o que me parece certo é que a mesma foi aplicada nesta história como uma parte anatómica, em detrimento de um conceito de botânica ou de física!Que eu saiba, a Rosa que estava à janela não era flor ou era? já estou baralhada, mas enfim é da mimha cultura muito ligada à ciência (cursei biologia e enfermagem)... será que ela era um astro? fogo, agora é que estou mesmo baralhada!
Agora a sério, conclusão da história lida mais uma vez: o luciano sentia uma atracção "química?", tipo sexual, pela Rosa mas de facto, concordo com o Peter não era amor, senão a deficiência dela não seria obstáculo ou seria?

11:04 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Os comentários são curiosos (não me refiro às mesquinhices sobre a axila/virilha).
São um bom exemplo de como as mulheres nunca compreenderão os homens (e, talvez, vice-versa).

12:55 da manhã  
Blogger Flor de Tília said...

Levantei-me cedo, como é meu costume, e reli o teu post tal como tinha dito aqui,ontem, a propósito da beleza do texto ainda que comovente. Esta história, embora curta, tem muito que se lhe diga. Primeiro, está contada de uma forma soberba. Se bem a pensaste,muito bem a contaste. Reli-a com tanto interesse quanto o fizera na primeira vez e, repito, nada faz prever o seu desfecho. Condição importante para prender quem o lê. Aliás,na parte final, tudo indica tratar-se da consumação de uma relação adúltera, iniciada virtualmente .Porém, está tão bem simulado que nos surpreendemos quando nos confrontamos com uma Rosa, linda, de olhos sedutores,para quem foi quase amputada a possibilidade de viver uma vida feliz ao lado de um homem que a amasse. Não é impossível, mas tu optaste por seguir aquilo que o quotidiano, mais vezes, nos tem mostrado. Ela , tal como muitas outras Rosas, acabou por se ver abandonada pelo Luciano.
Esta história enquadra-se no mesmo contexto da anterior e ambas nos chamam a atenção para os aspectos dramáticos da vida humana. O seu lado mais tétrico.
Beijinhos e peço-te desculpa pela dimensão do comentário.
Boa semana, António!

8:16 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Olá António:
Uma história linda e comovente.
O amor espreita em qualquer janela, em qualquer olhar e essa rosa linda merece-o como o merecem todos os mortais.
Quanto à polémica das axilas e virilhas, as virilhas são na verdade as pregas do ângulo entre a coxa e o abdomen.
Uma história de vida das que tu sabes contar primorosamente e nos deixa as emoções à flor da pele.
Beijo

11:03 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Olá António
Gostei muito da história. Sensivel.
A mim, que tenho poucos fundamentalismos, mas que sempre tenho alguns, o que me enerva é que não é só o homem que tente uma relação adúltera, é também a Rosa.
A Fatyly aqui não tem razão porque a defeciente,neste caso, queria "roubar" o marido à vizinha.
Tanto me faz que seja defeciente como não. Aceito mal que qualquer mulher se "meta" com um homem que tem companheira.
Estou fora do tempo? E depois? São os meus valores escrupulosamente vividos.
Beijinhos.

2:40 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Voltarei com mais tempo para tudo ler com atenção...Até lá deixo meu rasto______________Cõllybry

5:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mais uma EXCELENTE história, hiper realista.
A descrição está muito autêntica e infelizmente e não vale a pena só estar casado há dois anos!
Muito actual esta história. 3 de Dezembro foi o dia da Pessoa Portadora de Deficiência, fui a uma iniciativa, onde havia muitos/as licenciados/as, nem imaginam o que lá foi dito. Experiência de vida horríveis, contudo muito dignificantes! A Pessoa Portadora de Deficiência, não só tem que saber superar a dificuldade física, como todos os obstáculos que as pessoas ditas normais lhes causam.
È pois uma história que dá que pensar!
Ficamos perplexas por Luciano estar a olhar para outra mulher, quando o seu casamento se iniciava e ter acabado de ter um filho!
Ficamos revoltadas pela atitude de rejeição e descriminação, perante a deficiência!
Contudo, ele fez aquilo que a grande maioria da população faria!!!
Grande História, sempre bem escrita e actual!
Adorei!

Bjs,

GR

12:10 da manhã  
Blogger Ivone Medeiros said...

Já não passava aqui há imenso tempo, tenho de vir cá ler as tuas histórias.

beijinhos

12:28 da tarde  
Blogger António said...

Para "GR":
Olá, Guida!
Obrigado pelo teu comentário e por continuares a ser uma fiel leitora e comentadora neste meu blog.

Beijinhos

2:17 da tarde  
Blogger Diolindinha said...

Vizinho António, esta história fez-me chorar, não querem lá ver!Inté porque eu tenho andado muito chorona, nem sei proquê! Deve ser do tempo... Quando chove fico cinzenta. Mas voltando à história: o homem deve de ter ficado de rastos e não é caso para menos!Quanto à rapariga, nem sei que lhe diga. Que triste situação! E por aqui me fico.

11:48 da manhã  
Blogger Leonor C.. said...

Sem querer tecer comentários moralistas e pricipitados, começo por dizer que gostei imenso da tua história. A vida tem muitas histórias assim, de desfecho inesperado e triste. Não me cabe julgar ninguém pois as coisas acontecem e há que tomar decisões mais acertadas para ambas as partes. Penso que o Luciano teve uma grande lição. Foi um choque benéfico!Talvez tão cedo não se deixe enfeitiçar!
Bjs.

11:57 da manhã  
Blogger Caiê said...

Em primeiro lugar, deixa-me dizer-te que tens uma imaginação do caraças! :) :)
Agora, vamos por partes... ;)
Percebo que a rapariga se mantivesse na sombra e agisse desta forma. Percebo a atitude um pouco atarantada dele, que ficou sem saber o que fazer e acabou por recuar (em termos de desejo e até acabou por cortar com a relação terminantemente) - é um "gajo típico", que se há-de fazer? ahahah.
No entanto, e isto é muito importante, eu não vejo porque estava a rapariga condenada a não ter relações sexuais... Ela tinha as pernas amputadas, mas não tinha mais nada amputado! Estou certa? Pois, ele teria de fazer o esforço quase todo e não se poderiam dar a tantas "acrobacias", mas a coisa podia ser levada avante.
Não foi, porque ele ficou chocado e porque o interesse dele era puramente sexual, no sentido de sexo mecânico. Porque se ele tivesse outro sentimento por ela - e não estou a falar sequer de um grande amor, mas de carinho - era perfeitamente possível uma relação sexual. Não são imprescendíveis pernas. Não faltam deficientes em cadeiras de rodas que têm relações.
Queria deixar esta mensagem. O mundo não acaba, enquanto não se perdem os orgãos vitais. É preciso é haver quem tenha afecto por nós. E... um bocadinho de imaginação! :)
Beijinhos.

1:32 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá António!
Gostei da história. Tem muito de real. O Luciano ao passar a ir só ao café, ficou mais disponivel para olhar em volta, o que é absolutamente natural. A Mafalda tambem se teria apercebido desta disponibilidade e resolve chamar a sua atenção mostrando o que julga mais apelativo nela. E manipula de forma bem explicita a curiosidade do Luciano. Como tambem é natural, o Luciano foi sonhando com base no erro comum a muitos mortais: avaliou o todo por uma parte - a que ela mostrou. A Mafalda sabia disso, sabia que estava a induzi-lo em erro. E não contente com isso, resolveu jogar a ultima cartada - utilizar o choque na expectativa de o atrair pelo lado menos digno: a pena.
A Mafalda afinal não era só amputada das pernas, era-o no cerebro tambem . Ela vai ter que aprender a viver com a sua amputação e não em função ou servindo-se dela.

O Luciano espero, tenha aprendido uma lição (ou várias rssss)- nem tudo o que luz é ouro!!!! Acredito que a Judite seja o elemento desta história que mais vá ganhar - o marido, enquanto se lembrar desta, não vai querer olhar para mais janelita nenhuma eheheheh

Beijinhos
Ana Joana

3:27 da tarde  
Blogger António said...

Para "ana joana":
Obrigado pela visita.
Achei muito bom o teu comentário pela análise sistematizada que fazes das personagens.
Volta sempre!

Beijinhos

4:03 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Pois... aqui nem tudo o que parece é! Quantas surpresas podemos encontrar num mundo onde apenas as palavras contam! Adorei o seu conto!

9:43 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sejamos realistas. Pensando bem esta história nada tem de ficção.
Trata-se de um conto bem realista, em que a fantasia, a imaginação e a expectativa dão as mãos tanto duma parte como da outra, para cair na mais pura das realidades.
O jogo da sedução encontra-se com o jogo da ludibibriação.
Este conto do António serve principalmente para NOS POR A PENSAR.

Pepe.luigi2
http://sinestesia-crepuscular.blogspot.com

2:46 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

As aparências iludem - até os sentimentos!

1:46 da tarde  
Blogger António said...

Para "pepe.luigi2":
É a primeira vez que vejo estes nomes por aqui.
Obrigado pelo comentário.

Saudações
(beijinhos são só para as senhores e meninas...eh eh)

4:43 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Esta história já a tinha lido. Ia jurar que tinha comentado mas aqui n está nada meu.
às vezes escrevo e depois quando submeto não dá, deve ter sido o caso.
Histórias dentro da história da pobreza humana. Física e psicológica.
Muito bem idealizada e contada, como sempre.
jinhos

9:59 da tarde  
Blogger Cleopatra said...

POis.................

7:13 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Como já aqui foi dito, talvez o Luciano tenha feito o que devia, mas se por um lado saiu devido ás circunstâncias, era porque estaria interessado em algo mais que uma simples amizade e queria quem sabe dar uma facadinha no matrimónio. Mas podia ter tentado uma relação de amizade e como também foi dito dar um pouco mais de alegria aquela moça.

73's

1:11 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Esse cara é um idiota ... ele num tem noçao que um dia ele pode ficar assim nao é...

no inicio até que esta hitória estava legal , mais quando acabou ... hum...de pensar que existe pessoas assim no mundo.da é nojo de viver...

12:17 da manhã  
Blogger bibisiqueira said...

NAO pode ser de verdadee! eu qeria ler uma histórinha engraçadinha sabee...mas eu acabei chorando no final.qe sem compaixão!!
:/

5:31 da tarde  
Blogger António said...

Chorar não vale a pena...é ficção...eh eh

Beijinhos

6:27 da tarde  

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