Eu sou louco!

Irreverência, humor, criatividade, non-sense, ousadia, experimentalismo. Mas tudo pode aparecer aqui. E as coisas sérias também. O futuro dirá se valeu a pena...ou melhor seria ter estado quietinho, preso por uma camisa de forças! (este blog está registado sob o nº 7675/2005 na IGAC - Inspecção Geral das Actividades Culturais)

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domingo, setembro 24, 2006

Eurico, o Campos

Dei comigo a fazer um varrimento sobre os sete anos que passei no que era designado na época como ensino liceal, dos meus dez aos dezassete anos, e a tentar determinar qual o melhor professor que tive nessa fase da minha vida passada no Liceu de Alexandre Herculano, do Porto.
A resposta não foi difícil de encontrar:
Eurico.
Eurico Telmo Campos.
Meu professor de Matemática nos quarto, quinto e sexto anos.
Alto, mais magro que gordo, cabelo liso penteado para trás e bem colado à cabeça, olhar matreiro, sorriso malandro, solteiro mas namorando com uma bela filha de refugiados austríacos.
Teria uns...trinta e poucos anos.
Como dava boleia na sua velha carripana à professora de Geografia, a Maria Lúcia Santos, a rapaziada inventou uma ligação quente entre os dois. Pura má-língua (penso...).
Passava as aulas a caminhar entre as carteiras individuais onde nos sentávamos nós, alunos, com as passagens necessárias pelo quadro afim de escrever o que entendia necessário.
Não queria que usássemos o livro que mais não fosse para resolver problemas, pois neste seu deambular ía-nos ditando um conjunto de apontamentos que nós tínhamos de escrever integralmente no Caderno Diário e que constituíam um verdadeiro manual.
Ainda hoje guardo essas notáveis lições em que tudo o que dizia respeito a números reais, ou sucessões, ou derivadas, ou geometria no espaço, ou trigonometria ou o mais que fizesse parte dos programas obrigatórios ficava registado de forma sistematizada e clara, além de ilustrada com inúmeros problemas de aplicação.
O mestre não gostava mesmo nada que alguém anotasse esse saber sem ser no Caderno.
- Nada de escrever em folhas soltas, meus senhores! Já sei que depois nunca mais passam a matéria para o Caderno e um dia a folha leva-a o vento – repetia inúmeras vezes.
O Zé Manel Lluvet, e estou a falar agora da turma do sexto ano, era useiro e vezeiro em esquecer-se desse fundamental elemento didáctico. O Eurico ía-lhe chamando a atenção mas o rapaz não atinava: volta e meia lá estava o moço a escrever numa folhinha.

- Eu depois copio, senhor doutor. Juro! – garantia o Lluvet.
(Nota do autor: era senhor doutor e não setôr)
Mas o Eurico ía verificar na aula seguinte e ele não tinha copiado nada.
Até que um dia lhe disse o professor:
- Oh pá! Da próxima vez que te veja a escrever numa folha solta faço-ta engolir.
Não passaram muito dias e, durante uma aula, todos levantaram a cabeça quando o professor se silenciou, repentinamente.
E deparámos com ele muito quieto, parado junto à carteira do Zé Manel.
De repente, num gesto mais rápido que um raio, pegou na folha em que escrevia o esquecido moço, amarrotou-a e meteu-a na boca do Lluvet que entretanto a tinha semiaberta de expectativa. Claro que o rapaz não gostou da brincadeira, mas a gargalhada na sala foi geral.
- Eu avisei-te, não avisei? – perguntou o Eurico enquanto se afastava com aquele ar de gozo que o caracterizava.
O certo é que nunca mais ninguém se esqueceu do fundamental Caderno.
Uma outra vez, estava a ensinar polinómios, se bem me lembro, e foi ao quadro para escrever:
k1...k2...k3...
Ao mesmo tempo dizia em voz alta:
Capa um...capa dois...capa três...
Parou a oralização, voltou a cabeça para a plateia e com um sorriso absolutamente irónico disse:

- Que razia!
E a gargalhada solta por todos nós foi-o em uníssono.
Tinha o Eurico o hábito de nos marcar, em cada período trimestral, dois dos chamados “exercícios escritos de apuramento” e de chamar cada aluno pelo menos uma vez ao quadro para uma avaliação oral dos conhecimentos.
Na última aula de cada período era publicamente atribuída a nota a cada um de nós.
- Número 10. Fulano de tal. Teve doze no primeiro exercício, catorze no segundo, portanto a média é treze. Como teve uma chamada “suficiente” acho que deve levar um treze na pauta. Concorda?
E o aluno dizia de sua justiça.
E o que ficava combinado era sagrado.
No sexto ano, apareceram alguns novos alunos que tinham feito o exame do quinto ano mas vindos de colégios particulares. Eram todos eles alunos mais velhos e muito fracos.
Um deles, o Azevedo, tipo muito dado à música mas pouco aos estudos, era calado e reservado.

- Número 27. Qualquer coisa Azevedo – chamou o Eurico.
Olhou para a caderneta, mirou o aluno, fez um sorriso irónico e disse:
- Zero no primeiro exercício. Zero no segundo. Média zero. Uma chamada em que não abriu a boca (está aqui escrito!), o que equivale a zero. Portanto, vai levar um zero na pauta. Acha justo?
O rapaz balbuciou um “sim”.
Apesar de ser o primeiro período e, segundo consta, ter havido grande polémica na reunião de atribuição de notas, e de o próprio reitor (Martinho Vaz Pires), deputado da nação e pessoa muito temida, ter tentado que não fosse atribuída nenhuma nota inferior a sete, o Azevedo levou mesmo com o zero. E outros apanharam notas inferiores a quatro o que representava a reprovação imediata a Matemática.
O Eurico era implacável com o que ele chamava de nulidades.
No ano seguinte, e como consequência destes acontecimentos, o Dr. Campos foi colocado em Bragança e assim perdi um professor excepcional, pois o Albérico Costa que o veio substituir no sétimo ano não lhe chegava aos calcanhares.
Ainda me recordo de outra cena no terceiro período do sexto ano.

O Miguel Braga, que depois se viria a formar em engenharia mas nunca exerceu a profissão pois dedicou-se inteiramente à música tinha, segundo o método de avaliação do Eurico, um nove. Mas precisava de onze para passar de ano.
Pediu, lacrimejante, ao professor que lhe desse a nota de que precisava invocando que o pai não o deixaria tocar mais (guitarra) se ele reprovasse.
E dizia o Eurico com ar de gozo:
- Ai tu tocas? Ai tu tocas?

E olhando para o resto da rapaziada:
- Ele toca! Ele toca!
Finalmente, condescendeu em fazer uma chamada especial ao Miguel para ver se ele merecia o onze. A coisa correu mal e o músico reprovou mesmo.
Anos mais tarde, vim a saber que esse grande mas polémico professor, amado por uns mas odiado por outros, tinha sido eleito, pelo Partido Socialista, membro da Assembleia que elaborou a Constituição de 1976. Não sei se esteve depois como deputado na Assembleia da República.
Julgo que faleceu relativamente novo.
Para mim foi, sem dúvida, um professor excepcional que não só me ensinou muito de Matemática como me ensinou a gostar dessa hoje tão odiada ciência.

36 Comments:

Blogger margusta said...

Olá Querido António,
...vim cuscar e..post novo :))) mas como já estou com soninho e o post é longo ;) , volto amanhã para te ler.

Beijinho e boa noite!

12:11 da manhã  
Blogger Papoila said...

António:
Como retratas bem as razões porque há professores que pela sua humanidade estão tão perto de nós que são figuras marcantes e decisivas no nosso crescimento indivudual e colectivo. Normalmente são precisamente os que tanto são amados como odiados os mais marcantes.
Voltei ao liceu, às aulas de Matemática e recordei a minha professora de Ciências Naturais.
Beijo

12:42 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Gostei muito deste teu relato e seria bom que a maioria dos professores continuassem nessa linha...passando quem merece e reprovando quem não merece. E a música seria outra talvez houvesse mais respeito e autoridade pelos professores...já que agora aos meninos e meninas tudo é permitido e terminam numa nulidade que todos sabemos.
Para mim, ainda hoje tenho a certeza que para se impôr respeito e exigir a plena actividade do aluno, os professores não precisam de violência. Novos programas...novas atitudes...mas...mas...há professores e professores e se uns conseguem os outros também deveriam conseguir.
Respeito muito os professores, mas julgo que para muitos o ensino foi a única via de emprego e sem qualquer vocação.
Olha eu não tinha nem pachorra, nem acataria a 100% as brilhantes:) renovações do ME em prol do menino e da menina e aluno mal educado e ordinário teria pela frente uma muralha onde ao bater sairia bem desfraldado e se a nota fosse 0 era zero que levaria.
Gostei muito de ter voltado aos bancos da escola pelas tuas doces palavras...oh mestre!
Beijos sinceros

9:30 da manhã  
Blogger Maria Carvalho said...

Bem descrito, António! Todos nós temos um professor que nos marcou pela positiva. Beijos. Gostei de te ter lido, nesta manhã cinzenta de segunda feira em que o mau humor impera, o teu post foi um desanuviar e um recordar bom...

9:33 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Pois, e não é que parece que estou de volta ;-)

Ok, ok, eu sempre vim de mansinho e volta e meia, cá estava eu a deliciar-me com as tuas palavras.
Sim tuas palavras, porque para mim a tua escrita tem som, e escuto-as calmamente, em tom tranquilo e pausado, como se de voz quente e cheia de experiência de vida se tratasse.

Como eu gostava de conseguir ter lembranças assim lúcidas do meu tempo de meninice...
Mas são vagos os excertos que ainda consigo recordar-me.
Disseram-me um dia, (os entendidos na matéria) que quando a vida descarrila a nossa mente prega-nos partidas, e "apaga" muitas e muitas coisas... e no meio das que não queremos recordar, eis que se vão também as que gostaríamos de lembrar...
Mas adorei ler-te, António :-)

Beijos Ternos

2:18 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Olá António!
Bom regresso "às aulas"! Geralmente o que nos marca pela positiva é mesmo essa simbiose entre o rigor da competencia e a afectividade adequada. Qdo temos o privilégio de apanhar um professor com estas caracteristicas, não temos duvida em perceber como é fácil e gratificante aprender. Pena é que essas qualidades não sejam o requisito indispensável para se exercer a função! Seria um bom critério para a tão polemica avaliação que a ministra quer implementar!

Beijinhos
Ana Joana

2:33 da tarde  
Blogger António said...

Para "fatyly":
Obrigado pelo teu comentário.
Espero que os bancos da escola aonde voltaste não estivessem muito sujos...eh eh

Beijinhos

2:37 da tarde  
Blogger António said...

Para "ana joana":
É com imenso prazer que te vejo regressar aqui à minha escola.
Mas a tua falta está justificada.
Senão...chumbava-te!

Beijinhos

2:53 da tarde  
Blogger Fallen_Angel said...

Owa :o)

Há professores que nos ficam para sempre na memoria :o)

recordar é viver :o)

BEijinho e boa semana

3:09 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Querido amigo!
Revivi pedaços de mim e de lembranças ficadas desses bons velhos tempos. Também amei um professor de matemática que tive e que por todos era odiado...mas sabia transmitir esse gosto por tão maravilhoso assunto. (eu tb tinha um caderno):)
As voltas da vida. Hoje privilegiam-se outros valores...
Gosto a tua forma de contar!...
Beijos grandes

3:27 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Grande homem sem dúvida, até me de vontade de fazer uma pequena pesquisa! Quem dera eu ter tido um professor assim...

Nome: Nome Parlamentar: Partido:
CAMPOS, Eurico Telmo de Eurico Campos Partido Socialista

Intervenções:

Apresenta um requerimento solicitando informações ao MEIC sobre problemas ligados ao ensino infantil, designadamente sobre educadores de infância. (40/30-8-75/1107.)

Tece algumas considerações sobre problemas de ensino. (62/11-10-75/1903.)

Manifesta preocupação pelos militares presos em consequência dos acontecimentos do 25 de Novembro de 1975. (90/5-12-75/2925.)

Apresenta um requerimento solicitando informações relativas à colocação de professores no ensino primário e secundário. (99/20-12-75/3205.)

Subscreve, com vários Deputados, uma proposta no sentido da substituição da designação «Assembleia dos Deputados» por «Assembleia da República». (117/11-3-76/3885.)

Faz uma análise da situação política nacional. (119/13-3-76/3934.)

Entrega na Mesa uma declaração de voto relativamente ao artigo 4.º (Regime da função pública), respeitante à Administração Pública. (130/1-4-76/4361.)

5:54 da tarde  
Blogger Leonor said...

oopsss. hoje o texto foi um aver se te avias nas teclas, rsss

ao longo da minha vida de estudante (sim, eu estarei sempre entre o lugar de professora e de estudante) eu tenho aprendido muito com a postura dos meus professores.

e esse teu professor até parece que foi meu porque eu sou um pouco assim na sala de aula.
é claro que só os ameaço quanto a deglutir a bola de papel porque senaõ no dia seguinte seria um forobodó entre mim e o encarregado de educação, isto é, quem engoliria a bola de papel, se ele ou eu.

abraço da leonoreta

6:30 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Tu escreves bem mas sabes sinto sempre muito na alma esta coisa de falar dos professores porque... eu tive muitos assim.
Tive professores fabulosos,que me marcaram e de que lembro,sempre.
Os meus professores de Português-Dr Neves Henriques, Dra Esmeralda Athaíde das Neves a Matemática e o Dr Reis a Filosofia foram,no Infanta D.Maria onde fiz o 6º e 7ºanos,professores que me marcaram.
Tenho histórias giríssimas de que me lembrei sem esforço aqui,sorri.
Sabes ?consigo lembrar-me de aulas quase inteiras e da emoção que foram muitas delas,sorri,fui sempre assim...alimentaram-me a emoção do saber,deslumbravam-me em cada aula...
Na minha formação tenho a exacta noção do muito que lhes devo,são ainda e sempre pessoas fundamentais na minha vida.
A alguns ainda disse muitos anos depois,quando os revi em Coimbra, e ...sabes que me reconheceram pelo sorriso?caramba,emocionei-me!
beijo enorme
margarida

7:38 da tarde  
Blogger António said...

Para "elisabete albano":
Obrigado pelo comentário.
Julgo ser o primeiro que fazes neste meu canto.
Foi boa a ideia de fazer uma pesquisa.
Também vou fazer.

Beijinhos

9:52 da tarde  
Blogger António said...

Para "margarida":
Tenho a vaga ideia de que não é a primeira vez que comentas aqui neste meu canto.
Obrigado por o teres feito.
Fiquei a pensar que Infanta D. Maria é o nome de um liceu de Coimbra.
Acertei?

Beijinhos

9:59 da tarde  
Blogger APC said...

Cada vez que terminas de pintar um quadro com as tintas da memória, com a perícia de entrelaçar os pormenores traçando linhas e curvas e imagens maiores se desaproximado, olha o que fica: a imagem é real, composta e completa; mas lê-se como a uma história de embalar.

PS - Em três dias, também eu experimentarei o Metro do Porto... Que isto não é só para alguns!;-)

11:40 da tarde  
Blogger APC said...

Ah...
1) Também sou pedagoga activa e estudante ad-eterno, e há anos que oscilo observações e atitudes entre estes dois pólos;
2) Devo demais à Júlia, minha professora de Português e Literatura do tempo em que eu ainda era menor;
3)... Há um 3º ponto, mas aqui não cabe!

Os beijinhos há pouco não foram; vão aqui!:-)

11:45 da tarde  
Blogger 4ever... or never said...

Num entra e sai de blogs acabei por entar na tua "casa"... li estas recordações.. e gostei porque me fizeram ir até à minha adolescência... até ao meu tempo de liceu... sabes, acho espantosa a tua memória.. porque eu sendo mais nova do que tu não consigo recordar o nome dos meus professores... nem episódios assim, ao pormenor...
Gostei... hei-de voltar!

1:16 da manhã  
Blogger Diolindinha said...

E não é que senti saudades da Escola?... Também eu tive uma professora de matemática fabulosa...mas nunca conseguiu que eu gostasse de números! Era uma mulher muito interessante e, quando ela passava por entre as carteiras, os olhos dos rapazes seguiam-na. Davam mais atenção à mulher do que à professora. Belos tempos, meu vizinho!...

8:13 da manhã  
Blogger Peter said...

Tive a sorte de ter tido como prof nas disciplinas de Português e Latim, sim porque nessa altura aprendia-se Latim (e bem útil me foi mais tarde na Fac) o escritor Vergílio Ferreira.
Foi nos seus primeiros tempos de escritor e lembro-me de nos ler textos do "Vagão J", impublicável devido à Censura.

Numa das primeiras semanas de aula mandou-me ler um pequeno texto em Latim.
Esforçadamente lá me empenhei mas por pouco tempo, pois ele rapidamente me interrompeu, dizendo:
- "Irra! Lê pior que um sacristão!"

Nunca mais me esqueci e como tive o privilégio de contactar com ele por várias vezes, depois de estar reformado, contei-lhe o episódio, consegindo arrancar-lhe um sorriso.

9:59 da manhã  
Blogger Lmatta said...

Gostei da tua aula
beijos

1:15 da tarde  
Blogger António said...

Para "gr":
Olá, Guida!
Eu cliquei no link "gr" e pensei que ía encontrar o teu blog.
Mas...nada!
O Alexandre Herculano é uma velho Liceu.
Passou por lá imensa gente famosa, seguramente.
Lembro-me do José Pacheco Pereira que entrou e saiu comigo mas era todo virado para as letras. Foi director do "Prelúdio", o jornal mensal da escola. Nunca falei com ele.
E do Daniel Bessa que dava nas vistas pelo seu cabelo côr de cenoura. Andava um ano à minha frente. Também nunca falei com ele.
E do Manuel Ferreira de Oliveira, que fez parte da carreira na Venezuela na área da energia. Depois veio para cá, foi presidente do CA da Galp, depois da Unicer, agora da Galp, outra vez. Com este falava imenso. Além de inteligente, tem uma capacidade de trabalho incrível.
E do António Borges, que é muitas vezes apontado como potencial leader do PSD. É um pouco mais novo. Também era cenoura. Nunca falei com ele.
E do economista Joaquim Aguiar, um pouco mais velho. Também nunca falei com ele.
E duma bonequinha que mais tarde soube que se chamava Maria de Belém, andava no Raínha Santa, agora fechado por falta de alunos. Andava muitas vezes no eléctrico em que eu viajava.
E...agora não me lembro de mais!
Já andei nesses sites que referes.
Tentei confirmar a morte do Eurico, mas nada vi.

Beijinhos

3:35 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

António,
É sempre com enorme satisfação que leio mais uma das tuas fantásticas recordações... realmente tens uma memória fabulosa para, passados tantos anos, descreveres tudo com tanto pormenor.... e é esse pormenor que me delicia na tua escrita...
Dizias "O Eurico era implacável com o que ele chamava de nulidades"...
... Nos dias de hoje não há nulidades... há planos de recuperação e de acompanhamento... o que trabalha a menos o aluno, trabalha a mais o professor... E não há bolas de papel pela boca dentro... seguramente!!!
(E assim cá vai o meu comentário, para não reclamares!!!!)
Beijinho

8:51 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Já sei o segredo!
És um grande escritor!
Porque no Liceu A.H. só havia bons alunos, tornando-se figuras famosas!
Eu sabia!!!

Bjs,

GR

11:01 da tarde  
Blogger margusta said...

Querido António,
... a ideia que me ficou desse professor , é que era um excelente " exemplar ;)" de professor de matemática..no meio da sua rigidez, conseguia ser divertido e bem humorado.

o " Campos" tinha toda a razão em não querer folhas soltas....e eu que o diga pelos meus filhos....eu vou passar a limpo...e...nunca passam...

Obrigada por mais esta partilha da tua históris de vida e que nos faz pensar...

Sabes simpatizei com o "Campos" !

Beijinhos amigo e boa noite!

11:10 da tarde  
Blogger pinky said...

muito interessante! vê-se que são outros tempos. muito bem escrito, parabêns.

1:23 da manhã  
Blogger wind said...

Como é teu hábito, muito boa a descrição de todos os pormenores e fundamentalmente de uma disciplina que muito bem dizes, muita gente não gosta porque não é bem ensinada.
beijos

12:56 da tarde  
Blogger António said...

Para "becas":
Minha querida amiga!
Eram outros tempos.
Ainda tu mal eras nascida.
Uma coisa é certa: as pessoas não são todas iguais nem tem todas as mesmas capacidades.
E eu não reclamarei mais...desde que deixes aqui o teu comentário...eh eh

Beijinhos

2:41 da tarde  
Blogger António said...

Para "gr":
Querida Guida!
Mas que exagero!
Havia lá cada tipo mais burrinho...eh eh.
Mas o Eurico encarregou-se de fazer uma depuração...e lixou-se!
ah ah ah

Beijinhos

3:14 da tarde  
Blogger saltapocinhas said...

Por muito que alguns queiram dizer o contrário, os professores são as pessoas, fora da nossa família que mais nos marcam na vida, para o bem ou para o mal (eu cá vou tentando deixar boas marcas...)
Passei de boa a matemática para sofrível, para fraca e depois para excepcional... Eu era a mesma, só mudaram os professores!

5:32 da tarde  
Blogger azul said...

Olá caro Amigo.
Ainda se arranja um tempinho para te espreitar, e quantas novidades!
Lembra-me para te pagar o bilhete de ida à terra da felicidade!Fui aos bancos de escola do Colégio Egas Moniz visitar a melhor professora que tive-curiosamente também de Matemática-a Dra.Fernanda Queirós, uma senhora, sempre a transpirar virtudes daquelas que sabemos que são as certas.Tive outra igualmente boa-de inglês-mas essa nas a posso escolher como melhor, a Dra.Manuela Freitas, que para além de minha professora do 5º e 6º anos ainda hoje cumpre a difícil tarefa de ser mãe-a minha Mãe!Visitei outros, o Dr.Almeida-de História, que foi até ao dia em que morreu o Conservador dos Paços dos Duques de Bragança( foi ele o primeiro homem a usar meias de seda na cidade)e claro o Dr. Lemos Sampaio(o ser humano melhor que conheci)também de Matemática e que viria a ser excluído do ensino por ter sido "apanhado" a ajudar um aluno num exame de 12º.
Se porventura deixar de cá aparecer por uns tempos, saberás onde estou.Só me compraste o bilhete de ida, recordas-te?!
Beijos

11:18 da manhã  
Blogger Amita said...

Memórias lindas e saudosas, António.
Um bjo e um sorriso

8:59 da tarde  
Blogger Unknown said...

Boa tarde. Chamo -me Ana Paula Campos, filha do Eurico Telmo De Campos. Gostei muito do retrato que fez do meu pai Fiquei muito contente por alguém ter feito um texto referenciando todo o trabalho que o meu pai realizou como professor. Infelizmente, faleceu em 2005 .A sua linda esposa ainda se encontra entre nós.Obrigada

3:18 da tarde  
Blogger António said...

Olá, Ana Paula.
Foi com alguma emoção que li o seu comentário ao texto que escrevi sobre o seu pai.
Hoje, com 70 anos, ainda recordo as fantásticas aulas que ele leccionava.
Como é natural, os alunos aplicados gostavam dele, mas os menos estudiosos ou que tinham pouco jeito para a matemática detestavam-no.
Lamento o seu falecimento precoce pois se fosse ainda vivo ainda não deveria ter 90 anos.
Não seu se vai ler o que estou a escrever neste momento, mas se tal acontecer, gostaria de trocar mais algumas palavras consigo.
Poderá contactar-me para
a.castilho.dias@gmail.com
ou, se usar o Facebook, procurar por mim usando o nome António Castilho Dias

Boa noite!

10:43 da tarde  
Blogger Unknown said...

Boa tarde,

Chamo-me Eurico Carlos Spreitzgrabner Campos, filho de Eurico Telmo de Campos, muito obrigado pelas suas palavras sobre o meu paí.

ele vai ficar sempre nas nossas memórias.

Grato pela atenção,


Feliz Natal excelente 2020.

Cumprimentos

Eurico Campos

3:13 da tarde  
Anonymous António Castilho Dias said...

Olá, Eurico,

Gostei que um filho do grande Eurico tivesse lido o texto que sobre ele escrevi.
Há alguns meses tive o prazer de também receber um comentário de sua irmã Ana Paula.
Nessa altura disse-me que a v/ mãe ainda era viva.
Espero que assim continue.

Um bom ano de 2020!

Cumprimentos

António Castilho Dias

10:34 da tarde  

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