Vinte e sete anos depois
29 de Agosto de 1979.
29 de Agosto de 2006.
Faz hoje vinte e sete anos que casei.
Tinha trinta anos.
Conheci a Maria Fernanda um ano antes, em Vila Praia de Âncora, terra natal de minha mãe, por coincidência.
Vi-a pela primeira vez sentada na areia da praia, com uma rapazito a brincar na água, junto dela, e pensei:
“ Que mulher fabulosa! Que sorte tem o tipo que é casado com ela!”.
E segui caminho.
Depois vi-a mais algumas vezes, mas já sem a criancinha. Isso aguçou a minha curiosidade. E quando surgiu a oportunidade, meti conversa.
Afinal o rapazinho sempre era filho dela; tinha acabado de se divorciar após pouco mais de um ano de casamento efectivo e mais uns quantos de separação enquanto tratava do divórcio.
Disse-me que o filho, o Mário Rui, quando os avós os tinham vindo visitar uns dias antes, quis voltar com eles. E para não ficar sozinha, já que tinha alugado um quarto, passado muito pouco tempo veio fazer-lhe companhia a prima Dalila.
A jovem mamã caiu-me no goto logo desde o início.
Não sei se foi amor à primeira vista ou não. Só sei que a partir do momento em que a conheci só estava bem na companhia dela. E passamos umas duas semanas bem agradáveis, os três, mais um mocinho que namoriscava a prima: o Vítor.
Eu era o único que tinha carro, um Fiat 127 branco, que nos foi bem útil para as movimentações, sobretudo nocturnas.
Também constatamos que tínhamos nascido na mesma rua (Oliveira Monteiro, ao Carvalhido), em casas que distavam cerca de cinquenta metros: eu em Janeiro, ela em Abril do mesmo ano. Mas nunca os nossos pais se tinham visto, conforme pudemos apurar mais tarde. Outra coincidência, embora seja também verdade que, passados dois anos do nosso nascimento, a família da Maria Fernanda foi viver para Leça do Balio, muito perto do conhecido mosteiro.
Terminadas as férias, a jovem, bela e sedutora mamã regressou a casa dos pais onde vivia com o filho desde a separação do primeiro marido.
Cerca de uma semana depois foi a minha vez de regressar a casa dos meus progenitores, que ficava no Porto, muito perto do já demolido estádio das Antas. Morava com eles.
Na altura tinha uma relação com outra rapariga que as circunstâncias fizeram com que se rompesse muito poucos dias depois.
E continuamos o nosso namoro até sentir, sem margem para dúvidas, que queria que ela fosse a minha mulher.
Daí a falar-se em casamento, decidir, tratar de arranjar casa, enfrentar algumas oposições pelo facto de ela ser divorciada e ter um filho, resolver mais um sem número de questões e colocar as alianças, tudo aconteceu muito rapidamente.
Ou seja, num ano.
Depois veio a vida em comum, momentos bons, momentos maus, situações de grande alegria e comunhão (como quando nasceu o nosso filho Fernando Miguel, mais de três anos após o matrimónio), outras de muito desacerto em que o casamento correu perigo.
Mas, curiosamente, era em momentos mais complicados como o falecimento dos meus pais e dos meus sogros, doenças ou situações de desemprego que a ligação se fortalecia.
Vinte e sete anos!
A paixão já passou há muito tempo, mas sobraram a amizade, as memórias, as cumplicidades, as coisas em comum, o hábito de contarmos um com o outro, a família.
O casamento perdura e penso que vai durar até que a morte nos separe.
29 de Agosto de 2006.
Faz hoje vinte e sete anos que casei.
Tinha trinta anos.
Conheci a Maria Fernanda um ano antes, em Vila Praia de Âncora, terra natal de minha mãe, por coincidência.
Vi-a pela primeira vez sentada na areia da praia, com uma rapazito a brincar na água, junto dela, e pensei:
“ Que mulher fabulosa! Que sorte tem o tipo que é casado com ela!”.
E segui caminho.
Depois vi-a mais algumas vezes, mas já sem a criancinha. Isso aguçou a minha curiosidade. E quando surgiu a oportunidade, meti conversa.
Afinal o rapazinho sempre era filho dela; tinha acabado de se divorciar após pouco mais de um ano de casamento efectivo e mais uns quantos de separação enquanto tratava do divórcio.
Disse-me que o filho, o Mário Rui, quando os avós os tinham vindo visitar uns dias antes, quis voltar com eles. E para não ficar sozinha, já que tinha alugado um quarto, passado muito pouco tempo veio fazer-lhe companhia a prima Dalila.
A jovem mamã caiu-me no goto logo desde o início.
Não sei se foi amor à primeira vista ou não. Só sei que a partir do momento em que a conheci só estava bem na companhia dela. E passamos umas duas semanas bem agradáveis, os três, mais um mocinho que namoriscava a prima: o Vítor.
Eu era o único que tinha carro, um Fiat 127 branco, que nos foi bem útil para as movimentações, sobretudo nocturnas.
Também constatamos que tínhamos nascido na mesma rua (Oliveira Monteiro, ao Carvalhido), em casas que distavam cerca de cinquenta metros: eu em Janeiro, ela em Abril do mesmo ano. Mas nunca os nossos pais se tinham visto, conforme pudemos apurar mais tarde. Outra coincidência, embora seja também verdade que, passados dois anos do nosso nascimento, a família da Maria Fernanda foi viver para Leça do Balio, muito perto do conhecido mosteiro.
Terminadas as férias, a jovem, bela e sedutora mamã regressou a casa dos pais onde vivia com o filho desde a separação do primeiro marido.
Cerca de uma semana depois foi a minha vez de regressar a casa dos meus progenitores, que ficava no Porto, muito perto do já demolido estádio das Antas. Morava com eles.
Na altura tinha uma relação com outra rapariga que as circunstâncias fizeram com que se rompesse muito poucos dias depois.
E continuamos o nosso namoro até sentir, sem margem para dúvidas, que queria que ela fosse a minha mulher.
Daí a falar-se em casamento, decidir, tratar de arranjar casa, enfrentar algumas oposições pelo facto de ela ser divorciada e ter um filho, resolver mais um sem número de questões e colocar as alianças, tudo aconteceu muito rapidamente.
Ou seja, num ano.
Depois veio a vida em comum, momentos bons, momentos maus, situações de grande alegria e comunhão (como quando nasceu o nosso filho Fernando Miguel, mais de três anos após o matrimónio), outras de muito desacerto em que o casamento correu perigo.
Mas, curiosamente, era em momentos mais complicados como o falecimento dos meus pais e dos meus sogros, doenças ou situações de desemprego que a ligação se fortalecia.
Vinte e sete anos!
A paixão já passou há muito tempo, mas sobraram a amizade, as memórias, as cumplicidades, as coisas em comum, o hábito de contarmos um com o outro, a família.
O casamento perdura e penso que vai durar até que a morte nos separe.