Eu sou louco!

Irreverência, humor, criatividade, non-sense, ousadia, experimentalismo. Mas tudo pode aparecer aqui. E as coisas sérias também. O futuro dirá se valeu a pena...ou melhor seria ter estado quietinho, preso por uma camisa de forças! (este blog está registado sob o nº 7675/2005 na IGAC - Inspecção Geral das Actividades Culturais)

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Localização: Maia, Porto, Portugal

quinta-feira, março 31, 2005

Que se passa com o Blogger? (parte II)

Curioso!
Um pequenino texto em que me limitava a desabafar por esta merda não estar a funcionar bem, foi dos que mais comentários teve.
Que concluo?
Ainda há solidariedade.
Pelo menos entre "bloguistas".

A última viagem

Nas próximas horas, ou nos próximos dias, irei a Vila Praia de Âncora.
Mas por uma má razão!
A irmã mais velha de minha mãe (já falecida) está neste momento às portas da morte no hospital de Viana do Castelo.
Já é muito velhinha, 92 anos, mas marcou-me de forma indelével ao longo de todos os anos que vivi.

E eu não posso deixar de lhe fazer aqui uma referência.
Sei que é uma questão minha, privada, que não vos interessa, mas não posso deixar de, mais uma vez, usar este cantinho para carpir as minhas mágoas. E como elas são grandes.
Como dizia repetidamente o meu velho pai:
"Quem não vai de novo, de velho não escapa".
Mas mesmo assim....
...ainda cá está e já sinto tantas saudades dela, a minha Tia Bela!
E lá estarei eu a acompanhá-la na última viagem.

terça-feira, março 29, 2005

Que se passa com o Blogger?

Que tem este desalmado?
Quasi não consigo navegar nele.
Não consigo postar em condições.
Que chatice!
Convosco passa-se o mesmo?

domingo, março 27, 2005

Uma hora

Ontem postei um texto com o título: "A noite mais curta".
Recebi um comentário que dizia: "O que é uma hora na eternidade da vida, hemmm!!!!".
A coisa deixou-me pensativo.
Mas, após alguma reflexão, concluí que uma hora pode ser muito importante. Mesmo uns minutos ou breves segundos.
Quanto tempo demoramos a nascer, a sair do ventre, a começar a respirar autonomamente?
Quanto tempo demora o primeiro beijo?
E, muitas vezes, quanto tempo é preciso para ficarmos apaixonados? Por uma pessoa, por uma melodia, por uma paisagem, por um lugar, por um autor, por um poema, por uma tela, por um animal, por uma flôr?
E um encontro sexual daqueles inesquecíveis?
E a leitura de uma carta que nos altera completamente a vida?
E uma discussão que mata uma relação de muitos anos?
E um acidente que nos deixa deficiente? Ou nos deixa em coma?
E, quantas vezes, a morte é mais rápida que um relâmpago?
Acho que a lista seria interminável!
O que conta, de facto, não é o intervalo de tempo mas sim o que durante esse momento vivemos. As marcas que nos deixou. A importância que teve nas nossas vidas.
Estou satisfeito!
Em menos de uma hora reabilitei uma hora que durante umas horas me pareceu insignificante.

Peço desculpa!

Quando comecei a debitar coisas para este blog, fiz um gentlemen agreement comigo próprio no sentido de:
- Não fazer transcrições.
- Não abordar temas da actualidade política.
- Não tratar de assuntos do futebol.
São temas onde é fácil ir buscar matéria e eu gosto de desafios mais difíceis (eu sou louco, não sou?). Tenho cumprido com razoável rigor esse acordo. Mas quando a minha cabecinha inventou a história anterior, sobre o postíbulo, não resisti!
Peço desculpa!

Casa de putas

Na SAD do Futebol Club do Porto os jogadores entram e saem, entram e saem, entram e saem que aquilo parece uma casa de putas!
E, ironia das ironias, alguns saem fodidos!
(cuidadinho com os comentário porque eu sou portista ferrenho, ok?)

sábado, março 26, 2005

A noite mais curta

Esta é a noite em que adiantamos uma hora os relógios e a noite fica mais curta.
E o dia de amanhã só tem 23 horas. E logo um domingo. Que roubalheira!
E não me venham dizer que no Outono terei uma noite mais longa e um dia de 25 horas.
E se eu morrer até lá? Como é?
Fico prejudicado de uma hora na minha vida só por causa dessa coisa esquisita que é ter hora de Verão e hora de Inverno.
(Se calhar isso era aceitável há umas décadas atrás. Mas agora? Tenho muitas reservas!)
Acho que vou fazer queixa ao sindicato! Tenho que lutar pelos meus direitos!
Ahhhh....antes vou adiantar os relógios! São muitos! Que trabalheira! Ufff...
(Pelo menos o do PC vira sozinho. Ah, como são boas as novas tecnologias!)

sexta-feira, março 25, 2005

Igualdade ou igualdade?

Muito se fala na igualdade entre homens e mulheres!
Muito disparate tenho ouvido sobre esse assunto!
Muita confusão vai em muitas cabecinhas! (e não são necessáriamente loiras... )
Afinal de que igualdade estamos a falar?
Para mim não há dúvidas; só de uma: da igualdade de direitos perante a lei.
Já estou farto de ouvir dizer: "As mulheres são iguais aos homens"
Não são! Claro que não são! E seria lastimoso que fossem!
Ora vamos lá aprofundar um bocadinho a questão!
Primeiro assentemos num ponto: quando falo em homem ou mulher, estou a referir-me ao médio, ao típico, ao padrão. Porque não há dois homens nem duas mulheres iguais.
Posto isto, vejamos como são diferentes:
Obviamente que nem falo do ponto de vista anatómico.
Físicamente o homem é mais forte, mais vigoroso. Mas ela é muito mais resistente. Um concentra o esforço num período relativamente curto, O outro prolonga-o por horas e horas, com menos intensidade, sem explosões mas duma forma mais continuada e aparentemente sem picos.
Ele morre mais cedo. E não é só dos excessos da juventude ou das aventuras da meia idade ou do stress no trabalho. A mulher dura mais. E não trabalhou menos. Teve de dar á luz. De abortar, talvez. E tem o stress das mil coisas que faz.
Ele tem uma maior necessidade de ter a mente organizada, de racionalizar, de analisar os problemas de forma mais exaustiva. Tem o chamado espírito geométrico. É mais lento a decidir. A mulher usa a chamada intelegência emocional, o espírito de finura, o "sexto sentido" que lhe permite achar a solução do problemas mais rapidamente e, muitas vezes, melhor.
Ele é fundamentalmente polígamo. Com um coração onde cabem vários amores. Pode estar intimamente com duas ou três no mesmo dia e sentir o mesmo (ou quasi o mesmo com todas elas). A mulher é monógama. Clara e definitivamente. Não entende porque o homem que ama e ao qual se entrega de alma e coração pode andar com outras.
Ele é bruto, irascível, pouco se importa com o aspecto físico. A mulher dá muito mais importância ao visual e é muito mais capaz de ser meiga e terna.
O homem exerce (ou pensa que exerce) o poder de forma mais agressiva, mais autoritária, despótica por vezes. Ela usa da subtileza, do ardil, da sedução, de uma forma sub-reptícia.
Se calhar ainda podia esmiuçar outras diferenças.
Mas depois o texto fica muito longo e ninguém o vai ler. E eu fico com a sensação de ter escrito para o boneco.
Portanto termino perguntando: perceberam porque eu disse no princípio que a igualdade só pode ser a de direitos (e deveres) consagrados na lei?
Não? Então venham dar-me porrada...

(bom...também convinha que a lei fosse cumprida...pelo menos um bocadinho!)

domingo, março 20, 2005

A miscegenação

Ao longo da história, a mistura de raças tem sido uma constante. Certamente com perídos ou regiões em que foi mais intensa do que noutros.
Neste pequeno país no extremo sudoeste da Europa, e na sequência de invasões e ocupações mais ou menos prolongadas, cá estiveram os loiros celtas (parece que os primeiros a misturarem-se com os autóctones íberos), os fenícios, os gregos, os cartagineses, os romanos, os vândalos, os suevos, os alanos e, the last but not the least, os árabes. Se calhar outros por cá assentaram arraiais mas, como não sou expert na matéria, quem o for que me esclareça (muito obrigado, desde já). Em tempos posteriores, cá estiveram franceses e ingleses. Estes não foram muito numerosos mas eram de fina estirpe e deixaram marcas bem profundas que ainda hoje são notórias.
Vem isto a propósito do que acontece actualmente em Portugal.
Estamos perante uma fase de intensa imigração: chineses (macaístas e não macaístas), ucranianos, russos, romenos, angolanos, moçambicanos, guineenses, santomenses, caboverdianos e brasileiros são, se não esqueci nenhum povo com presença significativa, os mais representativos. E não esqueçamos que, entre os africanos, há etnias bem diferenciadas.
Estamos portanto em condições de, por miscegenação (eu sei que é um palavrão, por isso tive o cuidado de consultar o pai dos burros, vulgo dicionário, para ter a certeza de como se escrevia) vermos no futuro surgir alterações físicas e temperamentais no português típico.
Será desta que veremos o negro de cabeleira loira e o branco de carapinha de que falava o velho spot publicitário?
Em contraponto, não quero deixar de referir o forte contributo que demos para o cruzamento de raças no exterior, nomeadamente no período das descobertas e da colonização, e posteriormente nas fases emigratórias do sec. XX. América do Norte, Brasil, Venezuela, Africa do Sul, França e Alemanha, sobretudo.
E sempre nos demos bem a fazer cruzamentos.
Não nos envergonhavamos disso.
Não foi por acaso que o grande Jorge Amado disse que a maior criação dos portugueses ao longo da história tinha sido a mulata!
(curioso...ele falou em mulata e não em mulato...será machismo?)

Nota: Não vou abordar agora a questão da mudança das características do português médio por efeito da nascente engenharia genética. Ainda é cedo para falar nisso. Mas que vai ser do caraças, lá isso vai!

sexta-feira, março 18, 2005

Desertificação

É hoje uma previsão, com fortes probabilidades de se concretizar, o aumento de temperatura do nosso planeta.
Estudos científicos vários e credíveis indicam que, no nosso país, o clima já se está a tornar mais quente e mais seco. Isso acontece mais rápida e acentuadamente no sul, mas também no centro e norte.
Parece que dentro de algumas décadas, não há certezas quanto a isso, o território português será desértico ou semi desértico. E já não falo da subida do nível das águas (devido ao degelo nas zonas polares que é consequência do referido aquecimento global) que engolirá progressivamente largas áreas do território continental.
Não posso portanto deixar de tentar imaginar o nosso território muito mais parecido com o que é hoje o Magreb. Terras áridas e ressequidas, embora com zonas mais arborizadas (talvez oásis), pessoas vestidas de modo a protegerem-se do calor, areias, pó e outras flora e fauna. E camelos.
Bom! Esta é a mudança que menos se notará, pois já andam por aqui muitos camelos!

terça-feira, março 15, 2005

Que chatas!

Se há alguma característica da personalidade das pessoas que eu considero fundamental é o sentido de humor!
Mas há muito boa gente que não tem a quota mínima.
São pessoas muito chatas, sem imaginação, sem criatividade, péssimas companhias, que não sabem sorrir, que não sabem o que é o prazer de nos rirmos das pequenas e grandes coisas da vida e, sobretudo, de nós próprios. Levam tudo a sério como se fossem muito sensatas, daí serem sempre muito sentenciosas, como se conhecessem toda a verdade, quando no fundo são sensaboronas e incapazes de perceber que tudo isto é efémero. E ainda por cima dizem quasi sempre mal de tudo e de todos.
É irritante ter de as gramar. Apetece arranjar rapidamente um alibi para fugir da sua companhia. E eu arranjo! Nem que tenha de dizer que estou com diarreia e não aguento mais!
Fujam delas, pois ainda podem ficar assim.
E eu não gostaria que isso vos acontecesse, pois ficarieis infelizes como elas. Além de ter que vos dizer que estou cheio de pressa e que agora não tenho tempo para falar!
Bye, bye!

segunda-feira, março 14, 2005

Novamente a 1ª carta de S. Paulo aos coríntios

No dia 25 de Fevereiro, já lá vão quasi três semanas, transcrevi um pequeno excerto daquele texto bíblico. Até hoje só lá apareceu um comentário. E o assunto dava pano para mangas...e ainda sobrava!
Não vou analisar o texto pois já se aproxima a hora da nana. E é preciso estar com a cabeça muito fresquinha para o abordar sob as múltiplas perspectivas que ele merece.
Mas, uma coisa gostava de dizer.
Desde que o li pela primeira vez, há já bastantes anos, a segunda ideia que me assaltou (a primeira foi, obviamente, ir lê-lo à minha mulher e dar-lhe a interpretação mais primária...ah ah ah, o que me obrigou a fazer alguns exercícios de contorcionismo para escapar a uma chuva de objectos que voaram na minha direcção), foi a de que cristianismo e islamismo tem muito mais em comum do que às vezes se julga.
Se não leram, leiam o texto que então transcrevi e digam se tenho ou não razão.
Ao fim e ao cabo, são ambas religiões profundamente difundidas e monoteístas, não é?

sábado, março 12, 2005

O piano

A propósito da prosa que debitei abaixo, gostaria de vos fazer uma confidência.
Desde os seis anos de idade, e por sugestão de meu progenitor, cujo pai e avô haviam sido músicos, comecei a aprender a tocar um instrumento.
A escolha foi minha: o piano!
É um instrumento fascinante, com uma sonoridade que me encanta e com uma característica especial: nele se pode tocar simultaneamente o solo e o acompanhamento.
Cheguei a tocar umas modinhas em público, pois então, num teatro de província, com direito a palmas, ramo de flores e beijos de uma menina...que por acaso era minha prima.
E as lições continuaram durante vários anos.
Mas nunca passei da cepa torta.
Até que desisti.
Acho que foi a primeira vez que senti que me faltava a vocação.
Há pouco tempo tentei dedilhar umas musiquetas. Que horror! Já perdera quasi toda a (pouca) agilidade dos dedos.

Como pai extremoso que sou, apliquei a mesma dose ao coitado do meu filho.
Resultado: não havia vocação. As aulas duraram muito menos tempo que comigo. Eu tinha aprendido a lição.
Desta vez não foi piano. Foi um orgão-sintetizador que ainda está cá em casa.

O velho piano, sem espaço num flat da Maia, foi morar para casa de familiares no Alto Minho.
E acho que lá ficará até morrer, o coitado.

As vocações

Um dos meus dramas pessoais, uma das minhas angústias existênciais é nunca ter descoberto em mim nenhuma vocação especial.
Tenho jeito para isto e para aquilo, mas não sou verdadeiramente bom em coisa nenhuma.
Costumo dizer, meio a sério e meio a brincar (se calhar bem mais a sério que a brincar) que sou engenheiro por formação mas não por vocação.
E ao fim de mais de meio século de vida, continuo sem saber exactamente o que gostaria de ser ou fazer.
E tenho a certeza que a maior parte das pessoas estão como eu.
Isto vai-se ultrapassando com o trabalho, o estudo, o exercitar dos vários leves talentos que se possui para uma ou outras actividades mas, no fundo, bem no fundo, acho que tenho uma tremenda inveja dos que nasceram com uma vocação, um gift, uma dádiva.
Os que tem a vocação da escrita, das artes plásticas, da música, da representação, da dança, das matemáticas, da investigação, da destreza manual, da prática desportiva, da oratória, da argúcia argumentativa, da culinária, da inventiva, do humor, da sedução, da religiosidade, da solidariedade, da cirurgia, enfim de muitas outras coisas, inclusivé o talento de não gostar de fazer nada e saber viver de expedientes, não sabem a sorte que tiveram.
Quasi desde a infância que tem o caminho traçado. Basta uma boa dose de dedicação áquilo para que foram fadados. Muito trabalho, também, se quiserem atingir o cume da montanha, mas sabem por onde ir.
Os outros, como eu, andamos perdidos, muitas vezes até à morte, sem sabermos nunca qual o trilho que deveriamos ter seguido, Em que actividade nos sentiríamos realizados pois, no fundo, nunca nos sentimos completamente bem com aquilo que fazemos. Há sempre outra coisa que gostaríamos de ter feito ou de fazer.
Apesar de tudo, ainda espero um dia vir a descobrir qual a minha vocação. É uma ilusão, não é? Mas deixem-me viver com ela, por favor!
Será que é esta longa e permanente ansiedade, escondida nas profundezas do meu eu, mas que emerge quando se fica algures no percurso até uma nova meta, que me leva a gritar:
Eu sou louco!?

domingo, março 06, 2005

No Olimpo

Após ter subido a íngreme e alta montanha, de ter passado a linha das núvens, de estar a olhar para uma paisagem toda feita de algodão em rama, vi-me diante desse paraíso onde habitam mais de 3.000 deuses: o Olimpo.
Entrei seguro.
Apreciava com prazer as belezas edénicas que se me deparavam, quando começo a ouvir um som melodioso. Aproximei-me aos poucos e deparei com o famoso coro das nove musas dirigido por Apolo, irmão das meninas com voz de sereia (mas sem barbatanas). Cantavam o famoso tema Obladi-Obladá!
Mais à frente encontrei Deméter, a irmã de Zeus que é a deusa das terras cultivadas, a plantar uns belos pés de alface.
Pouco depois, num vinhedo, reconheci Dionísio, deus do vinho, a verificar o estado dos cachos. Tinha um cálice na mão e ía sorvento um trago de quando em vez (presumo que não era cicuta...).
Caminhei mais um pouco e olhei, bem de perto, Pan, o deus das pastagens, que ía cuidando de um rebanho de bem acolchoadas ovelhas. Tinha o ar concupiscente de quem não é muito admirador da lã virgem.
Atravessada a pastagem, encontrei um bosque onde corria um regato e, oh imagem perturbante, um número incontável de ninfas, seminuas, íam-se divertindo a correr, a esconder-se, a banhar-se na água cristalina. Aquilo pareceu-me muito mais o paraíso do que o que vira até então.
Mas, azar o meu, logo depois estava em frente ao portão de entrada dos subterrâneos do Olimpo. Pensei em ir dar uma mirada e saudar Hades, irmão de Zeus, que governava também o reino dos mortos. Mas Cerbero, o cão de três cabeças e cauda de serpente, que guardava o acesso a esse território, estava com cara, quero dizer, caras, aliás focinhos pouco amistosos.
Dei meia volta e embrenhei-me novamente num bosque (sempre com as ninfas a correr e a saltar, coitadinhas das inocente, mas pensamentos muito lascivos me passavam pela cabecinha) até que fui dar a um mar interior.
Ali mandava Posídon, também irmão de Zeus, e sua mulher Anfitrite. E no mar estavam as cinquenta sedutoras e perturbantes filhas de Nereu, as Neréides, que se banhavam sem pudor nas serenas e divinas águas. Felizmente para mim, Posídon não decretara nenhuma tempestade para essa ocasião. Assim, pude deliciar-me a apreciar, com os olhos desorbitados e os dentes como ossos, os beldades a gozar as delícias do sol e do mar.
Contornei esse magnífico espelho azul e, finalmente, entrei na zona aristocrata do olímpico Éden.
Zeus, o rei dos deuses e dos homens, estava majestosa e helénicamente sentado no seu trono, ladeado pela bela esposa Hera. Esta já não era muito nova, mas conservava ainda os traços e a silhueta do que fora outrora uma belíssima jovem.
Perto estavam os filhos mais queridos:
Artemisa, deusa da caça, mas também da lua e da noite (não me constou que tivesse alguma casa de strip-tease ou discoteca).
Hermes, que protegia os comerciantes e os ladrões (que associação mais esquisita!...).
Atena, amasculinada, com um generoso buço no rosto e massas musculares de uma culturista, era a deusa da guerra e da indústria (pesada, creio).
Ainda pude ver Hefesto, deus do fogo e da metalurgia, a supervisar a preparação de uma encomenda de não sei quantas espadas (das longas e chatas como a de D. Afonso Henriques) para satisfazer sua irmã Atena.
Ares, também deus da guerra e sócio da atlética mana, vigiava o controle de qualidade, dando umas espadeiradas por amostragem.
A que guerra se destinaria esse armamento? Seria a uma guerra de alecrim e manjerona? À guerra dos sexos? Não descobri!
De repente, reparei na mais maravilhosa mulher que jamais vira!
Era Afrodite! Sim, Afrodite, a deusa do amor e da beleza.
A vontade de amá-la nasceu e muito depressa aumentou, aumentou...mas, como simples mortal, temia o que me pudesse acontecer se desse um passo em falso.
Reparei que faltava o mano Apolo, mas ainda devia estar com o coro das musas, a exibir o seu rosto imberbe e o seu corpo bem esculpido, gesticulando com uma doçura de mulher.
Mas eu continuava maravilhado!
No Olimpo! E Afodite ali tão perto!
Os meus pensamentos começaram a ficar descontrolados. Mas a ideia de poder ser obrigado a descer ao Tártaro, o lugar dos suplícios e das dores infinitas, o inferno do Olimpo, aplacava os meus ímpetos. Por outro lado, se caísse nas boas graças da filha de Zeus, talvez tivesse garantido um lugar eterno nos Campos Elíseos depois da morte. É o céu do Olimpo.
A dúvida era um pouco angustiante, mas a sedução da bela deusa....
Triiiiim!!!!
Tocou o despertador.
Maldição! Porque é que os sonhos acabam sempre?

quinta-feira, março 03, 2005

Esperem! Eu já volto!

Já há alguns dias que não tenho escrito aqui nada.
Começo a pensar se vale a pena. Poucos comentários aparecem.
Embora fosse uma grande estímulo eu saber que havia um número significativo de leitores que aguardavam a minha fantástica produção literária (quero dizer, de 500 para cima...eh eh eh) também não desisto facilmente.
Eu sei que o Nobel me aguarda!
E depois é que vem toda a gente com salamaleques!
Agora é que eu queria ver quem tem a capacidade de detectar talentos; quando ainda estão no anonimato.
Entretanto, posso informar que estou a terminar a pesquisa para um texto que, ao contrário de todos os anteriores, é primeiro rascunhado em papel e só depois será para aqui transcrito.
Vai sair brevemente. Só preciso de tempo, que não é muito, e pachorra para o colocar aqui.
Até lá, vão relendo os mais antigos, se fizerem o favor!